Ademir diz concordar com trechos do discurso de ACM
No mesmo pronunciamento, Ademir Andrade anunciou que apresentará requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, volte ao Senado a fim de falar sobre a política econômica e tratar, especificamente, das dívidas externa e interna.
As partes do discurso de Antonio Carlos Magalhães com as quais Ademir Andrade concorda contêm, em sua maioria, críticas à política econômica do governo. Antonio Carlos afirmou que, de 1994 até 2001, a dívida líquida do setor público quase quadruplicou. De acordo com Ademir, na verdade a dívida cresceu 11 vezes, de R$ 54 bilhões em julho de 94 para R$ 589 bilhões atualmente. Esse valor representa hoje 50,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e, em 1994, equivalia a 28,1% do PIB. "São números oficiais", destacou o parlamentar paraense.
Ademir Andrade referiu-se ainda a trecho do discurso de Antonio Carlos apontando que as dívidas interna e externa multiplicam-se de forma a tornar em pouco tempo o país inviável. Outro momento citado por Ademir foi aquele em que o ex-presidente do Senado afirmou que o uso de verbas públicas para convencer parlamentares a aprovar projetos do governo é um método ultrapassado e que macula a vida pública de Fernando Henrique Cardoso. Também concorda Ademir Andrade com a afirmação do ex-presidente do Senado de que hoje ninguém é capaz de dizer como foram empregados os recursos conseguidos nas privatizações e que benefícios trouxeram para o Brasil. "Só uma política econômica incompetente pode fazer desaparecer tanto dinheiro", afirmou o senador.
Ademir Andrade destacou que, nos últimos 12 meses, o setor público brasileiro conseguiu um superávit primário de R$ 44,5 bilhões com o recebimento de impostos e tributos.
- Esse dinheiro poderia ser aplicado em energia, saúde, investimentos no país, mas é usado para pagar dívidas com especuladores internacionais - disse.
O senador manifestou sua opinião de que é inviável que o país continue pagando 16,75% ao ano de juros. Ele sugeriu que os juros caíssem para 4% ao ano. Para Ademir Andrade, mesmo que isso levasse à saída dos investimentos do capital volátil, não conduziria o país à falência, graças ao tamanho e à população que o Brasil tem e também à quantidade de investimentos que os países ricos têm no país.
01/06/2001
Agência Senado
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