Adiado debate sobre criação de novo parlamento



Por falta de consenso nesta segunda-feira (8), o Parlamento do Mercosul decidirá apenas em sua próxima sessão, nos dias 12 e 13 de novembro, se participará ou não de uma reunião com o Parlamento Andino, na Colômbia, para debater a possível criação do Parlamento Sul-americano. O novo órgão nasceria a partir da união entre os Parlamentos Andino e do Mercosul, além da participação de Chile, Guiana e Suriname, países que não participam de nenhum dos dois blocos regionais.

O adiamento da decisão foi anunciado pelo presidente do Parlamento do Mercosul, deputado uruguaio Roberto Conde, ao final da sexta sessão do órgão, realizada em anexo do Palácio Legislativo, sede do Congresso Nacional uruguaio, em Montevidéu.

- Em nossa próxima sessão, decidiremos se vamos à reunião com o Parlamento Andino, em Medellín, se participamos apenas como observadores ou se recusamos o convite. As possibilidades estão abertas - disse Conde.

A possibilidade de criação de um novo parlamento regional, pouco depois do estabelecimento do próprio Parlamento do Mercosul, foi o principal tema debatido no Plenário. A iniciativa do debate partiu do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que sugeriu a escolha do assunto como principal tema político da sexta sessão. Votaram a favor da iniciativa 27 parlamentares.

Ao apresentar seu requerimento, Albuquerque classificou o processo de criação do Parlamento Sul-americano - ou Parlamento da União das Nações Sul-americanas (Unasul) - como "preocupante" e "diversionista".

O deputado foi apoiado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), para quem é necessário, nesse momento, "dar vida e legitimidade" ao Parlamento do Mercosul, que acaba de instalar as suas comissões permanentes. O vice-presidente brasileiro do parlamento, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), também demonstrou preocupação. Ele criticou, por exemplo, um ponto da Carta de Intenções firmada entre os presidentes dos dois legislativos regionais - Parlamentos Andino e do Mercosul - segundo o qual o futuro Parlamento Sul-americano atuaria como "órgão deliberante". Nem o Parlamento do Mercosul tem esse poder, recordou.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu a presença de Conde, ainda que como observador, nos debates com o Parlamento Andino, afirmando que não se deveria "virar as costas" a outras iniciativas de integração. Por sua vez, o senador Sergio Zambiasi (PTB-RS) disse que defenderia a criação de um Espaço Parlamentar Sul-americano, mas não de um outro parlamento, com toda uma nova estrutura.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) ressaltou que os parlamentares brasileiros não estavam contra a integração, mas sim a favor de um maior debate sobre o tema. Por sua vez, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) observou que apenas os "inimigos da integração" estariam satisfeitos com a divisão política criada em torno do tema.



08/10/2007

Agência Senado


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