Adiado debate sobre rombo no Banco Panamericano



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) resolveu transferir, para a próxima quarta-feira (24), a audiência pública sobre o rombo de R$ 2,5 bilhões no patrimônio do Banco Panamericano, uma das 44 empresas do Grupo Silvio Santos. O adiamento do debate - a ser realizado em conjunto com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) - foi motivado por problemas de agenda dos convidados. Nesta quarta-feira (17), a CCJ se reúne, às 10h, para votar uma pauta com 91 itens.

A aprovação do debate pela CCJ ocorreu na última quarta-feira (10), quando veio à tona a crise no Panamericano, além da compra de 35,54% do capital social do banco pela Caixa Econômica Federal (CEF), um negócio avaliado em R$ 739,2 milhões. Em meio à denúncia, os senadores Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP) apresentaram requerimentos para trazer o tema à discussão no Senado.

Esclarecimentos sobre o desfalque nas contas do Panamericano e a operação com a Caixa devem ser prestados pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; pela presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho; pelo presidente da Deloitte Touche Tohmatsu Brasil, Juarez Araujo; e pelo presidente da KPMG no Brasil, Pedro Melo.

Ao defender seu requerimento, Antonio Carlos Júnior considerou necessário "deixar essa história às claras". Nesse sentido, quer explicações sobre o empréstimo de R$ 2,5 bilhões tomado com respaldo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) pelo Grupo Silvio Santos para capitalizar o banco. Suas dúvidas também recaem sobre os termos da operação com a Caixa, que passou a deter 49% do controle acionário do Panamericano.

Após descartar a injeção de verbas públicas na transação, Mercadante reivindicou a presença de representantes das empresas de auditoria independente Deloitte e KPMG no debate. Ambas prestaram serviços contábeis para o Panamericano e não teriam identificado, segundo o senador petista, indícios de fraude nos balanços desde 2006 nem alertado para a fragilidade da situação patrimonial do banco.

Em audiência conjunta de comissões do Senado e da Câmara, na última quinta-feira (11), Henrique Meirelles sustentou que o governo federal não investiu um centavo no socorro ao Panamericano. Informou ainda que o Ministério Público Federal já recebeu os resultados preliminares das investigações do BC sobre o rombo de R$ 2,5 bilhões no banco. A maior parte desse déficit - R$ 2,1 bilhões - decorreria de irregularidades na contabilização de carteiras de crédito, enquanto R$ 400 milhões envolveriam desvios em operações com cartão de crédito.



16/11/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Presidentes da Caixa e do BC vão falar sobre rombo do Panamericano

Senadores estranham auditoria não ter detectado rombo bilionário no Panamericano

CCJ quer ouvir presidentes do Banco Central e da Caixa sobre problemas no Banco Panamericano

CCJ e CAE realizam audiência pública sobre o Banco Panamericano

CCJ vai ouvir presidentes do BC e da Caixa sobre Banco Panamericano

PF cumpre mandados em investigação sobre fraude no Banco Panamericano