CCJ e CAE realizam audiência pública sobre o Banco Panamericano



As Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE) realizam nesta quarta-feira (24) audiência pública conjunta sobre o rombo de R$ 2,5 bilhões no patrimônio do Banco Panamericano, uma das 44 empresas do Grupo Silvio Santos. A audiência, que estava marcada para o dia 16, foi adiada por problemas de agenda dos convidados.

A audiência foi aprovada pela CCJ no dia 10, para analisar a crise no Panamericano, além da compra de 35,54% do capital social do banco pela Caixa Econômica Federal, um negócio avaliado em R$ 739,2 milhões. Em meio à denúncia, os senadores Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloizio Mercadante (PT-SP) apresentaram requerimentos para trazer o tema à discussão no Senado.

Foram convidados para a audiência pública o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho; o presidente da Deloitte Touche Tohmatsu Brasil, Juarez Araujo; o presidente da KPMG no Brasil, Pedro Melo; e o presidente do Banco Fator, Manoel Horário Francisco da Silva.

Ao defender seu requerimento, Antonio Carlos Júnior considerou necessário "deixar essa história às claras". Ele quer explicações sobre o empréstimo de R$ 2,5 bilhões tomado com respaldo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) pelo Grupo Silvio Santos para capitalizar o banco. Suas dúvidas também recaem sobre os termos da operação com a Caixa, que passou a deter 49% do controle acionário do Panamericano.

Após descartar a injeção de verbas públicas na transação, Mercadante reivindicou a presença de representantes das empresas de auditoria independente Deloitte e KPMG na audiência. Ambas prestaram serviços contábeis para o Panamericano e não teriam identificado, segundo o senador petista, indícios de fraude nos balanços desde 2006 nem alertado para a fragilidade da situação patrimonial do banco.

Em audiência conjunta de comissões do Senado e da Câmara, no dia 11, Henrique Meirelles sustentou que o governo federal não investiu um centavo no socorro ao Panamericano. Informou ainda que o Ministério Público Federal já recebeu os resultados preliminares das investigações do BC sobre o rombo de R$ 2,5 bilhões no banco. A maior parte desse déficit - R$ 2,1 bilhões - decorreria de irregularidades na contabilização de carteiras de crédito, enquanto R$ 400 milhões envolveriam desvios em operações com cartão de crédito.

23/11/2010

Agência Senado


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