Aelton quer explicações de Malan, Armínio e ex-diretores do BC sobre o fato de estarem no conselho administrativo do Unibanco
O presidente da Subcomissão Temporária da Liquidação de Instituições Financeiras, senador Aelton de Freitas (PL-MG), quer ouvir o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Pedro Malan, e mais o ex-presidente do BC Armínio Fraga e os ex-diretores da instituição Pedro Moreira Salles, Pedro Bodin, Daniel Gleiser e Demóstenes Madureira de Pinho Neto. Todos, segundo Aelton, estavam no BC ou de alguma forma participaram da absorção do Banco Nacional pelo Unibanco e hoje são diretores do Conselho Administrativo do Unibanc?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
- A denúncia de Marcos Magalhães Pinto é grave, de que o Banco Nacional foi repassado ao Unibanco por um valor muito inferior ao dos seus ativos. E hoje estão todos no conselho de administração de Unibanco. Será que é coincidência? - perguntou o senador, que pretende convocar a todos no próximo ano, já que não há mais tempo para convocá-los este ano.
Os próximos depoimentos da subcomissão serão do ex-dono do Bamerindus, José Eduardo Andrade Vieira, e do liquidante do banco, no dia 7, terça-feira da semana que vem. No dia 14, virão os ex-donos do Banorte e o atual liquidante.
O senador Edison Lobão (PFL-MA), autor do requerimento de criação da subcomissão, disse que as liquidações extrajudiciais de bancos atingiram a um tal ponto de descontrole que já se justifica uma investigação profunda, uma auditoria, do Tribunal de Contas da União, ou até mesmo do Senado, sobre o Banco Central. Lobão disse que tem grande preocupação com o patrimônio e com a família Magalhães Pinto, mas tem principalmente preocupação com o erário, com o dinheiro do contribuinte, que terá que pagar os juros à massa falida.
O senador Delcidio Amaral (PT-MS) elogiou a família Magalhães Pinto, segundo ele um "ícone" da vida pública brasileira, que tantos serviços prestou ao país. Participaram também os senadores Fernando Bezerra (PTB-RN), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Mário Calixto (PMDB-RO), que lembrou que seu pai trabalhou para o avô de Marcos Magalhães Pinto na cidade de Santo Antônio do Monte. Aelton de Freitas disse que os senadores irão ainda esta semana, ou na próxima, ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para um entendimento sobre uma profunda análise da situação das quase cem instituições financeiras sob intervenção e liquidação extra-judicial.
Participaram da audiência o atual liquidante da massa falida do Banco Nacional, Reginaldo Brant, que assumiu o cargo em março deste ano, e Abdiel de Andrade, que foi liquidante até 15 de junho de 2000. Reginaldo Brant disse que não há como suspender agora a liquidação do Banco Nacional, e que a lei o impede de avaliar em 100% do valor de face os FCVS em poder da massa falida, "a menos que apareça um investidor que ofereça os 100%".
Segundo ele, a massa falida também não terá direito aos juros de R$ 1,2 milhões em janeiro, como alega Marcos Magalhães Pinto, porque não dispõe de uma certidão negativa de débitos. Abdiel de Andrade, respondendo aos senadores Lobão e Aelton, disse que não foram encontradas contas fantasmas no Banco Nacional, mas sim "contas inchadas artificialmente, com depósitos exagerados de juros, por exemplo".
30/11/2004
Agência Senado
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