Agência de classificação de risco eleva nota do Brasil



A agência de classificação de risco Moody's Investors Service melhorou a nota do Brasil de Baa3 para Baa2, “com perspectiva positiva”. De acordo com comunicado da Moody's, a mudança na classificação se deve aos “últimos ajustes da política econômica que indicam um desenvolvimento mais sustentável do cenário macroeconômico e melhoria nos indicadores fiscais de médio prazo”.

O rating (nota de classificação) indica para os investidores a capacidade de o País e empresas saldarem seus compromissos financeiros. Em abril, a Fitch, outra agência de classificação de risco, já tinha melhorado a nota do Brasil, de BBB- para BBB.

De acordo com o comunicado da Moody's, a perspectiva positiva prevê a possibilidade de novo aumento da nota nos próximos 12 ou 18 meses, desde que o crescimento econômico seja moderado, em taxas mais baixas, mas sustentável, e as autoridades se mantenham dispostas e capazes de cumprir as metas orçamentárias de médio prazo. Se isso não ocorrer, a perspectiva é que o Brasil seja mantido no nível atual Baa2.


Notas de dívidas e bancos brasileiros

Além de obter uma melhor classificação, o Brasil também conseguiu notas maiores nos critérios de depósito em moeda estrangeira e de dívidas em moeda estrangeira de alguns bancos brasileiros. 

A perspectiva de alguns ratings (notas de classificação) foi alterada de positiva para estável. Entre eles, os ratings de depósito em moeda estrangeira do Banco Alfa de Investimento e do Banco Citibank, o de subordinada júnior em moeda estrangeira do Banco do Brasil (Cayman Branch), os de depósito em moeda estrangeira do Banco do Nordeste do Brasil, os de dívida sênior em moeda estrangeira do Banco Safra e os de dívida subordinada em moeda estrangeira do Banco Votorantim.

Segundo a Moody's, a perspectiva de todos os outros ratings de depósito e de dívida em moeda estrangeira incluídos nessa ação permanece positiva.

A Moody’s também elevou os ratings de dívidas subordinadas de longo prazo em moeda estrangeira do Banco Bradesco S.A. (Cayman Branch), Banco do Brasil S.A. (Cayman Branch), Banco Votorantim S.A, Itaú Unibanco Holding S.A., Itaú Unibanco Holding S.A. (Cayman Branch) e Itaú Unibanco S.A. (Cayman Branch), que permanecem limitados pelo teto de dívida para o Brasil, e portanto, recebem perspectiva positiva.


BC: decisão é resultado da consistência econômica

A nova posição do Brasil frente às agências foi considerada pelo Banco Central, como um reconhecimento  por agências de rating da “consistência da política econômica ao longo dos anos” e da melhora nos fundamentos econômicos aplicados pela instituição financeira, “ alcançada por meio das políticas de metas de inflação, câmbio flutuante, acúmulo de reservas internacionais, responsabilidade fiscal e solidez do Sistema Financeiro”.

Em nota divulgada pelo BC , o presidente da instituição, Alexandre Tombini, avaliou que a decisão reconhece “a capacidade e efetividade das atuais políticas econômicas na manutenção e consolidação da estabilidade e na obtenção de um ritmo sustentável de crescimento com inflação sob controle”.

Essas medidas, afirma ele, proporcionam “melhores condições para o crescimento sustentável”. Além disso, “nos permitem fazer face à complexidade do cenário externo, e concorrem para a contínua queda no custo de financiamento do investimento que o País demanda e continuará a demandar nos próximos anos”.

Segundo Tombini, “as boas notícias”, entretanto, “ não diminuem a determinação do Banco Central em seguir trabalhando para que os avanços obtidos “ continuem a ocorrer em um ambiente econômico de estabilidade monetária e solidez financeira”.

A última vez em que a classificação de risco do País havia sido alterada pela Moody's foi em 22 de setembro de 2009, quando a nota foi atualizada de Ba1 para Baa3.

Na última quarta-feira (15), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o risco de o Brasil deixar de pagar suas dívidas é menor do que o dos Estados Unidos. Neste caso, o ministro se referiu a outro tipo de avaliação feita pelo mercado financeiro, chamada Credit Default Swap (CDS), uma espécie de seguro usado por investidores como proteção contra o risco de o devedor não ter condições de quitar suas obrigações.


Fonte:
Agência Brasil,
Banco Central



20/06/2011 17:12


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