Agência de classificação de risco elogia política econômica e eleva nota do Brasil



O Brasil é um país seguro para receber investimentos financeiros internacionais, tem uma economia robusta e deve continuar crescendo nos próximos anos. A avaliação é da agência de classificação de risco Moody's Investors Service, que melhorou a nota do Brasil de Baa3 para Baa2, “com perspectiva positiva”. 

De acordo com comunicado da Moody's, a mudança na classificação se deve aos “últimos ajustes da política econômica que indicam um desenvolvimento mais sustentável do cenário macroeconômico e melhoria nos indicadores fiscais de médio prazo”. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a melhora indica a “robustez” da economia brasileira. 

O rating (nota de classificação) indica para os investidores a capacidade de o país e empresas saldarem seus compromissos financeiros. Em abril, a Fitch, outra agência de classificação de risco, já tinha melhorada a nota do Brasil, de BBB- para BBB. A última vez em que a classificação de risco do País havia sido alterada pela Moody's foi em 22 de setembro de 2009, quando a nota foi atualizada de Ba1 para Baa3. 

O documento divulgado pela agência de risco destaca que a nova classificação do Brasil se dá em função das evidências de continuidade na condução das políticas macroeconômicas e do ativo gerenciamento da dívida pública, com baixa exposição à taxa de câmbio e juros. O documento cita ainda a baixa suscetibilidade a crises associada à expectativa de cumprimento das metas fiscais para 2011 a 2014, assim como às perspectivas de crescimento econômico para os próximos anos. 

Mantega e a presidenta Dilma Rousseff receberam a notícia enquanto participavam de reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto. “Foi uma coincidência porque eu estava falando disso com a presidenta e a coordenação, mostrando que a economia brasileira começou o ano fazendo um ajuste para desacelerar um pouco enquanto outros países estão tentando acelerar e hoje a economia brasileira já está crescendo a uma velocidade de cruzeiro de 4,5% ao ano”, disse ele. 

Segundo o ministro, a presidenta Dilma demonstrou satisfação com a avaliação da Moody's. 

Por meio de nota, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse que a decisão da Moody's é o reconhecimento da consistência da política econômica brasileira ao longo dos anos e da melhora dos fundamentos do País, “alcançada por meio das políticas de metas de inflação, câmbio flutuante, acúmulo de reservas internacionais, responsabilidade fiscal e solidez do sistema financeiro”.

 

Nota do Brasil pode subir de novo 

De acordo com o comunicado da Moody's, a perspectiva positiva prevê a possibilidade de novo aumento da nota nos próximos 12 ou 18 meses, desde que o crescimento econômico seja moderado, em taxas mais baixas, mas sustentável, e as autoridades se mantenham dispostas e capazes de cumprir as metas orçamentárias de médio prazo. Se isso não ocorrer, a perspectiva é que o Brasil seja mantido no nível atual Baa2. 

Na última quarta-feira (15), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o risco de o Brasil deixar de pagar suas dívidas é menor do que o dos Estados Unidos. Neste caso, o ministro se referiu a outro tipo de avaliação feita pelo mercado financeiro, chamada Credit Default Swap (CDS), uma espécie de seguro usado por investidores como proteção contra o risco de o devedor não ter condições de quitar suas obrigações.

 

O que é classificação de risco 

O "rating" é uma avaliação sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. Essa avaliação é feita por empresas especializadas, chamadas agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam maior ou menor risco de o país parar de pagar suas dívidas, quando se considera que entrou em "default". 

Para publicar uma nota de risco de crédito, especialistas dessas agências avaliam a situação financeira do país, as condições do mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada e fontes oficiais e acadêmicas.

 

Fonte:
Agência Brasil

 

20/06/2011 17:30


Artigos Relacionados


Agência de classificação de risco eleva nota do Brasil

Agência de classificação de risco eleva nota soberana do Brasil em moeda local

Agência de risco Standard & Poors eleva classificação do Brasil pelo bom desempenho na crise

Agência japonesa melhora nota de classificação de risco do Brasil

Empresas do Brasil continuam dependentes de bancos, indica agência de classificação de risco

BC: agência reconhece consistência econômica do Brasil ao elevar nota de investimento