Agência Nacional de Águas: regime hidrológico não é o principal responsável pela crise energética



O regime hidrológico não é o principal responsável pela crise energética do Brasil, afirmou o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Jerson Kelman, em audiência pública na comissão mista que avalia a crise. Segundo ele, o uso de critérios internacionais de controle dos reservatórios teria minimizado a gravidade do racionamento.

O diretor-presidente da ANA explicou que usualmente os países preparam seus sistemas energéticos para níveis de estiagem pelo menos iguais aos piores de determinadas séries históricas. A Bacia do São Francisco observa atualmente, conforme Kelman, os piores níveis dos últimos 70 anos. No caso do Rio Grande, que abastece os reservatórios de Furnas, apesar de grave a estiagem não é tão grande.

Kelman disse ainda que o uso múltiplo dos recursos hídricos deve ser levado em conta na solução dos problemas energéticos. Durante 50 anos, alegou ele, a geração de energia foi privilegiada, em detrimento do abastecimento humano, da irrigação e da navegação. Ele citou o caso do esvaziamento do reservatório de Ilha Solteira em São Paulo, em decorrência da crise atual, e que pode trazer sérios impactos socioeconômicos para a região. A operação diminuiria drasticamente os níveis da hidrovia Tietê-Paraná, comprometendo a navegação e o fluxo da produção de grãos. Como solução, adiantou Kelman, o esvaziamento deverá ser efetivado em agosto, período de menor movimento na hidrovia.

19/06/2001

Agência Senado


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