JADER BARBALHO: CONGRESSO NÃO É RESPONSÁVEL PELA CRISE



O senador Jáder Barbalho (PA), líder do PMDB no Senado,afirmou hoje (quinta, 30), em plenário, que não aceita a colocação de culpa no Congresso, "de forma simplória e simplista", pela crise que afetou as bolsas de valores do Brasil. "Este Congresso tem aprovado todas as emendas constitucionais propostas pelo governo, inclusive da área econômica", assinalou.

Depois de ler algumas manchetes de jornais onde o presidente da República cobra do Congresso pressa na votação de reformas, o líder peemedebista lembrou que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou recentemente que os acontecimentos da Ásia não teriam reflexo no Brasil.

- Eu estava certo de que o ministro da Fazenda estava correto. Mas agora, lendo os jornais, tomo conhecimento de que faço parte de uma instituição que é a responsável, porque não aprova as reformas, pela queda da Bolsa de Valores em São Paulo - disse Jáder Barbalho. E acrescentou: "Vamos acabar com essa história, porque senão, ao final,o Congresso também ficará sendo o responsável - se bobearmos - pela queda da Bolsa de Hong Kong , e não apenas pela de São Paulo. Já estou farto de ouvir essa lenga -lenga de que tudo o que vai mal é culpa do Congresso"

O senador fez um apelo ao presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, e ao presidente da Câmara, Michel Temer, para que estabeleçam uma pauta de votação que inclua as reformas que faltam. "Vamos trabalhartodo dia, aos sábados, aos domingos, aos feriados, para resolver essa questão. Não quero sair às ruas e ser visto como responsável pela queda da Bolsa paulista, responsável pelos US$ 5 bilhões que o país teve de gastar em 24 horas."

Ao apoiar requerimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para convocar o presidente do Banco Central a explicar ao Senado o que o Brasil pode fazer para defender sua moeda, Jader Barbalho previu que os prejuízos não ficarão apenas com os investidores, mas também com o Tesouro do país. "Se forem US$ 4 bilhões ou US$ 5 bilhões, é algo importante. São quase duas Vales do Rio Doce!"

Entre os prejuízos imediatos para os brasileiros, o líder do PMDB lembrou o aumento das taxas de juros para os consumidores. Para ele, o governo sabe muito bem que o processo de globalização pode provocar crises como a de agora. "A queda da Bolsa de Hong Kong prova que, no processo de globalização, ninguém está isento de ser afetado, em nenhuma parte do mundo."



30/10/1997

Agência Senado


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