Agregar valor à produção local pode ser alternativa para a região Nordeste



A industrialização e comercialização dos produtos agrícolas dos municípios do Nordeste do Estado foi apontado como alternativa de desenvolvimento para a região. O assunto foi abordado na audiência do Fórum das Desigualdades Regionais, realizado hoje à noite em Lagoa Vermelha. O prefeito da cidade, Moacir Volpato, avalia que a falta de investimentos de sucessivos governos estaduais causou uma pobreza na região e a migração de mão-de-obra para outras áreas do Estado. “A nossa população ficou velha, pobre e doente”, colocou o prefeito. Segundo ele, para enfrentar essa situação, é necessária a criação de alternativas de renda, como a instalação de um pólo tecnológico na região. Para ele, não existe como provocar o desenvolvimento sem tecnologia, principalmente na área agrícola, com a industrialização dos produtos da região.

Essa idéia também foi colocada como importante para a região pelo vice-prefeito de Lagoa Vermelha, Altamiro da Silva. Segundo ele, um dos grandes problemas da região nordeste é a falta de indústrias, que dificulta a agregação de valor aos produtos locais e o incremento de renda para as famílias da região. Carente de órgãos dos governos estadual e federal que impulsionem o desenvolvimento. Quanto aos investimentos públicos na região, ele ressaltou programas estaduais como o Municipalização Solidária, o Primeiro Emprego e o RS Rural. Volpato e Silva apresentaram o painel Desafios Locais e Regionais do Desenvolvimento.

As condicionantes nacionais e internacionais do desenvolvimento regional foram colocadas pelo economista Pedro Bandeira, e os programas do governo estadual foram apresentados pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento Regional e Urbano da Secretaria de Coordenação e Planejamento, Tarson Nuñez.

Após a realização da 16ª audiência do Fórum Democrático, o relator da Subcomissão das Desigualdades Regionais, deputado João Luiz Vargas (PDT) disse que os resultados das reuniões estão refletindo que o Rio Grande do Sul deve ser analisado como um todo, e não em duas partes. “Somos um estado com características econômicas diferenciadas de região para região e há comunidades carentes de recursos e outras com melhores condições financeiras”, explica o relator. Para ele, essas diferenças vão ser fundamentais na constituição de um projeto para sensibilizar os governantes e elaborar alternativas para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.

Ele lembrou também a proposta apresentada pelo deputado João Osório (PMDB) de levar o documento final que resultará do Fórum das Desigualdades Regionais ao conhecimento do presidente da República, buscando a elaboração de um projeto de desenvolvimento e incentivos estaduais e federais. João Osório fez a abertura do evento em nome da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa.

Na próxima semana, o Fórum das Desigualdades Regionais realiza mais quatro audiências nos municípios de Uruguaiana, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Canoas. No dia 14 de dezembro, os resultados serão concluídos em uma reunião final em Porto Alegre.


11/30/2001


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