Agricultores do Nordeste reivindicam perdão de dívidas e fundo para perdas com seca



Representantes do Movimento dos Agricultores Endividados do Nordeste estiveram nesta quinta-feira (24) no Ministério da Fazenda para pedir ao governo perdão da dívida rural de pequenos e médios agricultores e pecuaristas da região, independentemente da linha de crédito e de empréstimos já renegociados com os bancos.

Ele foram recebidos pelo secretário adjunto de Política Econômica do ministério, João Rabelo. Além do perdão da dívida, a lista de reivindicações do movimento inclui o pedido de extinção de processos, seja na esfera estadual ou federal, contra os produtores rurais do Nordeste.

Outro pedido é a prestação de assistência técnica, organizacional e gerencial por parte dos agentes financeiros aos produtores da região que receberam o crédito rural. Os agricultores nordestinos 

Eles querem ainda a criação de um fundo para cobrir eventuais perdas devido aos problemas climáticos do Nordeste, principalmente a seca, e crédito de até R$ 100 mil, com desconto de até 50% na liquidação, para a compra de água para os animais e os diversos usos nas propriedades rurais.

Segundo Francisco de Souza Irmão, presidente da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Arapiraca (Capial), as mesmas condições de financiamento são usadas nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste, provocando uma distorção que prejudica o agricultor nordestino.

“Os juros cobrados no Nordeste não podem ser os mesmos do Sul e Sudeste. Enquanto eles [produtores do Sul e Sudeste] produzem 250 sacas de milho por hectare, a gente, no Nordeste, produz 15 a 20. Além disso, estamos perdendo nossas propriedades para os bancos”.

Segundo Souza Irmão, há 20 anos, algumas localidades tinham 83% da população na zona rural e o restante na cidade, mas o processo se inverteu: a maioria foi para as cidades e apenas 17% ficaram no campo. “Esse povo perde as propriedades, migra para as cidades e encontra novos problemas, com o aumento da criminalidade e das drogas. Isso é triste.” Para ele, é preciso evitar também que os grandes proprietários rurais e os bancos acabem comprando pequenas propriedades dos agricultores em dificuldade.

O movimento considera pequena propriedade 70 hectares na região do Semiárido nordestino. Onde a terra é considerada de melhor qualidade são considerados 15 hectares. Pelos seus cálculos, existem atualmente 1,5 milhão de agricultores com dívidas nos bancos estatais federais.

O Ministério da Fazenda informou que a reunião não foi conclusiva e que novo encontro deve ocorrer no dia 30 de maio.

 

Fonte:
Agência Brasil



24/05/2012 19:37


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