Agricultura: Labortório agiliza desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar



Centro abriga pesquisadores do Instituto Agronômico

O Centro de Cana, especializado em pesquisa do setor, inaugurou um Laboratório de Biologia Molecular de Cana. O Centro que abriga pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC) e que, desde o ano passado conta com grupo de novos profissionais, recebe melhorias e ampliação das suas áreas de pesquisa. Este novo laboratório vai permitir a integração de pesquisas de base biotecnológicas com o melhoramento tradicional.

Nos últimos oito anos, foram disponibilizados pelas pesquisas do Governo do Estado 12 novas variedades de cana por meio do melhoramento convencional, que requer cerca de 10 anos de pesquisa até obter nova variedade. Espera-se reduzir o tempo necessário para o desenvolvimento de novos materiais e assim continuar a fortalecer o setor por meio da variabilidade genética, que evita grandes prejuízos em caso de ocorrência de doenças.

“As ferramentas da biologia molecular podem proporcionar a obtenção de variedades de cana em um período menor de tempo e, em casos específicos, com características que não poderiam ser obtidas por meio do melhoramento inteiramente convencional”, diz Luciana Rossini Pinto, pesquisadora do IAC.

A Fapesp investiu R$ 235 mil para adquir equipamentos como foto-documentador, termociclador, centrífuga, fonte e purificador de água. São tecnologias destinadas ao aperfeiçoamento de pesquisas já em andamento no Centro de Cana IAC sobre caracterização de germoplasma, mapeamento genético e identificação de genes relacionados a pragas, doenças e tolerância à seca.

O projeto de caracterização de germoplasma consiste na avaliação da variabilidade genética de variedades e clones pré-comerciais por meio do emprego de genes candidatos envolvidos no metabolismo de sacarose, resistência a doenças e tolerância a seca. “Os resultados obtidos poderão ser explorados para dirigir cruzamentos para características específicas, como teor de sacarose”, diz Silvana Creste Dias de Souza, outra pesquisadora responsável pela área. Já o trabalho de mapeamento genético pretende identificar marcadores moleculares associados aos componentes de produção de cana-de-açúcar. “Esperamos que os genes que estão sendo identificados, e que são responsáveis por características de interesse econômico, possam ser incorporados em variedades elite, por meio da transformação genética”, afirma Silvana.

Na região de Ribeirão Preto, uma das principais da canavicultura, não há outro laboratório desse tipo. Até então, o Centro de Cana vinha produzindo variedades por meio do melhoramento convencional, já que a biotecnologia não o substitui, apesar de ser importante ferramenta para esse sistema.

Serviços para o setor produtivo

Além de aprimorar as pesquisas, o laboratório servirá também para atender ao setor produtivo. No segundo semestre deste ano, o Centro de Cana irá colocar à disposição dos interessados a análise de diagnóstico para raquitismo da soqueira, importante doença da cana-de-açúcar que pode levar a perdas superiores a 50% em variedades suscetíveis. No Brasil, essa doença está disseminada na maioria das regiões de canavicultura e a transmissão se dá durante o corte, quando o facão ou as lâminas das colheitadeiras cortam plantas doentes e, depois, plantas sadias.

A equipe do Centro de Cana pretende, no futuro, ampliar o atendimento ao setor produtivo. Pretende-se oferecer serviços de diagnósticos para outros patógenos, como escaldadura das folhas e mosaico. “Para isso, have

07/13/2006


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