Agripino defende privatização de aeroportos e investimentos de R$ 20 bi



O líder do DEM, senador José Agripino (RN), defendeu em Plenário, nesta quinta-feira (21) a privatização ou concessão dos aeroportos brasileiros para acabar com o caos aéreo no país. A afirmação foi baseada em estudo elaborado pelo seu partido em seminário ocorrido na segunda-feira (18), em São Paulo.

- O caminho é a privatização. Os aeroportos são rentáveis. É assim na França, nos Estados Unidos, na Inglaterra, ou concessão ou privatização, ou uma coisa ou a outra para que o negócio, sendo viável, atraia o capital privado e resolva o problema de brasileiros que estão dormindo nos aeroportos - afirmou.

Agripino criticou o governo brasileiro por destinar, de acordo com previsões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apenas R$ 3 bilhões para investimentos nos aeroportos e afirmou que, de acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), são necessários R$ 7 bilhões. O estudo do DEM destaca que são necessários US$ 10 bilhões, ou R$ 20 bilhões. E como o país não tem dinheiro suficiente para as obras, a solução seria a privatização, reafirmou o senador.

Outro dado apontado pelo estudo foi o custo de US$ 8 bilhões para a realização da desmilitarização do controle aéreo, com o que Agripino chamou de "duplicação" dos equipamentos de vigilância, criando-se assim um sistema civil e outro militar.

- Será que não vale a pena um esforço de gestão do governo para resolver o problema? Ou ele dispõe de US$ 8 bilhões, que é muito, para desmilitarizar o setor, porque os militares vão continuar com o comando do seu controle aéreo, ou então faz o ajuste entre civis e militares - afirmou Agripino.

O senador acrescentou que vai enviar as conclusões do seminário O Novo Modelo de Gestão do Sistema Aéreo Brasileiro para as comissões parlamentares de inquérito do Apagão Aéreo da Câmara e do Senado.

Apartes

Vários parlamentares apartearam Agripino. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que as resoluções do Conselho Nacional de Aviação (Conac), ainda de 2003, nunca foram postas em prática e que por isso, as famílias das vítimas do acidente envolvendo um Boeing da Gol com um jato Legacy, ocorrido em 29 de setembro de 2006, deveriam processar o governo por crime de responsabilidade. Eduardo Azeredo (PSDB-MG) lamentou que o Executivo queria minimizar a crise e censurou a frase do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "o caos aéreo é conseqüência do crescimento econômico".

O senador Raimundo Colombo (DEM-SC) alertou para o perigo de um "apagão" também nas estradas e no setor elétrico, além do aéreo.Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou o Programa de Desenvolvimento da Educação e lamentou que o trabalho infantil tenha aumentado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), João Tenório (PSDB-AL) e Joaquim Roriz (PMDB-DF) creditaram a crise à falta de gestão e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) repreendeu ainda a falta de um plano aeroviário para o Brasil, com fortalecimento de companhias regionais.



21/06/2007

Agência Senado


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