Alberto Silva apresenta proposta para recuperação de 32 mil quilômetros de rodovias



O Brasil pode recuperar 32 mil quilômetros de rodovias federais em 36 meses, a um custo de R$ 1,6 bilhão por mês. A proposta para atingir esse objetivo foi detalhada nesta sexta-feira (7) pelo senador Alberto Silva (PMDB-PI), que, como engenheiro, apresentou dados sobre os desperdícios causados pelas más condições das estradas e sobre os benefícios à economia nacional que a melhoria da malha rodoviária podem trazer. Uma câmara de gestão para recuperação das estradas, comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou o senador, seria a melhor forma de conduzir sua proposta.

De acordo com cálculos apresentados pelo senador, alguns deles feitos pela Federação Nacional dos Transportadores de Cargas, existem 8,2 milhões de carretas no país que consomem, anualmente, 12 bilhões de litros de óleo diesel. Alberto Silva apontou que, em uma estrada esburacada, uma carreta consome 39% mais combustível que em uma estrada em boas condições. Dessa forma, continuou, com estradas em mau estado de conservação, o país desperdiça 4,8 bilhões de litros de óleo diesel por ano, o que representa R$ 7 bilhões.

O aumento da ordem de 25% do preço do frete pelas empresas transportadoras por conta do tempo e da depreciação das carretas nas estradas esburacadas, informou Alberto Silva, representam um ônus de mais R$ 6,5 bilhões por ano à economia. Somente a depreciação das carretas, segundo o senador, pode chegar a R$ 27 bilhões por ano. Dessa forma, os R$ 40 bilhões estimados para a recuperação das rodovias seriam obtidos. -É aritmético-, afirmou o senador.

A câmara de gestão sugerida por Alberto Silva seguiria os moldes daquela criada para combater a crise energética em 2001. O modelo, afirmou, foi eficiente para evitar o colapso e o apagão por ser razoável e lógico. A câmara, além do ministro-chefe da Casa Civil, teria ainda representantes do Ministério dos Transportes, do Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento, da sociedade civil e do Congresso Nacional.

- A tarefa é maior do que pode o Ministério dos Transportes com a sua estrutura. É uma batalha de engenharia, comparável à construção de Brasília. Dessa forma, tenho certeza que teríamos isso resolvido em 36 meses - declarou o senador, apelando para que seja dada prioridade à situação das estradas, por transportarem 90% da produção nacional.

Ele demonstrou ainda que, com base na tecnologia atual, é possível elaborar projetos para recuperação de toda a malha rodoviária federal em quatro meses. Sobre a partilha da Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide), Alberto Silva sugeriu que o governo entregue 25% da arrecadação, ou seja, R$ 2,5 bilhões, aos governadores, para aplicação nas estradas estaduais.

Alberto Silva informou que entregou sua proposta ao líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), que a encaminhou ao Palácio do Planalto.



07/11/2003

Agência Senado


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