ALCÂNTARA: PESQUISA ENTRE JOVENS EVIDENCIA NECESSIDADE DE MOBILIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO
O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) considerou hoje (dia 2) alarmantes os dados revelados pela pesquisa realizada pela Unesco entre jovens de classe média e alta de Brasília, que revelam, entre outras tendências, que apenas 0,2% dos entrevistados acredita nos governos. Ele enfatizou as conclusões de que a juventude brasiliense, além de não confiar nas instituições políticas, convive com alto grau de violência e é formada por ociosos e individualistas.
Depois de citar dados do estudo mostrando que apenas 0,5% dos entrevistados acredita nos políticos e 0,7% na Justiça, o senador comentou que para 20% dos jovens o assassinatodo índio Galdino, em 21 de abril deste ano, foi resultado de uma mera brincadeira. "É um quadro de profunda descrença nas nossas instituições, nas organizações que deveriam ser os pilares da sociedade de um sistema democrático", alertou.
Comentou o senador que dados oficiais revelam que os jovens de todas as classes sociais têm sido as maiores vítimas da mesma violência revelada pela pesquisa. O sistema de informações sobre mortalidade do Ministério da Saúde apontam, segundo afirmou, "números estarrecedores" indicando que, de 1979 a 1995, os assassinatos de jovens brasileiros, de 15 a 19 anos, aumentaram 234%. "No Distrito Federal, esse crescimento foi alarmante: 702%", destacou.
Lúcio Alcântara se referiu também a artigo, publicado na imprensa, de autoria do representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, que, ao comentar o resultado da pesquisa, afirma que os jovens de Brasília são, ao mesmo tempo, "vítimas e agressores, sofrendo as conseqüências de um contexto precário, onde a violência se banaliza."
- Essa situação demanda ação das instituições governamentais e da sociedade civil para mobilizar o espírito de participação que os jovens demonstram, o fato de que estão na universidade e confiam na família, para remover as graves deteriorações do comportamento identificadas - afirmou.
Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse que a impunidade fortalece a descrença nas instituições e defendeu a redução da idade mínima para responsabilidade penal dos jovens de 18 para 16 anos.
02/12/1997
Agência Senado
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