ALCÂNTARA PROPÕE DEBATE SOBRE USO DAS FORÇAS ARMADAS



"O que devemos fazer com as nossas Forças Armadas, além, evidentemente, de adestrá-las, de prepará-las para uma eventual agressão externa?" Com esta pergunta, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) propõs, no Plenário do Senado, um debate sobre o papel que as Forças Armadas poderão desempenhar no país, em tempos de paz. O parlamentar lembrou a sugestão do próprio presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, de uso dos militares para melhorar as condições de segurança da população.
Sem entrar no mérito da discussão sobre o uso das Forças Armadas para o combate à criminalidade, o senador cearense aponta na proposta de Antonio Carlos o mérito de provocar o debate do tema. E lembra que o próprio Senado votou recentemente um projeto de lei autorizando a Força Aérea Brasileira (FAB) a abater aviões que sobrevoassem o território nacional sem se identificar.
- Há resistências fora do Brasil que estão interferindo na nossa decisão; na ocasião, foi dito aqui que esse era um instrumento importante para o combate ao narcotráfico, uma vez que, na Amazônia, com frequência, aviões não se identificam e pousam em campos clandestinos. - destacou Alcântara.
O senador situa esse tipo de uso da FAB no contexto dos debates sobre o papel que as Forças Armadas podem desempenhar em tempos de paz. "Se a guerra entre países, pelo menos no nosso subcontinente, parece algo afastado da realidade, qual seria a missão das nossas Forças Armadas, que destinação outra poder-se-ia dar para que as Forças Armadas, com sua disciplina, com seu patriotismo, com sua capacitação profissional e técnica, ajudassem o Brasil a se desenvolver?" - pergunta, para estimular a discussão.
Lúcio Alcântara observa, ainda, que é preciso dar um crédito aos militares brasileiros, com todas as restrições que se possam fazer ao período do governo militar. Acrescentou que nunca houve percentuais elevados de gasto com as Forças Armadas, ao contrário do que aconteceu em outros países que atravessaram períodos de governos militares e onde o orçamento militar cresceu assustadoramente, disse o senador.

16/06/2000

Agência Senado


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