Alemães já usam biodiesel tirado da colza
Na corrida mundial pela substituição de derivados de petróleo por "combustíveis verdes", os alemães saíram na frente e já têm uma grande rede de postos que oferecem o biodiesel puro, feito com o óleo da colza (canola). Trata-se de uma oleaginosa plantada para nitrogenar naturalmente os solos exauridos. O farelo de colza é empregado na ração de animais.
O segundo maior produtor é a França, que já mistura 5% de biodiesel ao óleo de origem petrolífera. Nos Estados Unidos, vários estados estão adotando legislações que permitem a mistura, com o objetivo de reduzir a poluição lançada no ar pelos motores do ciclo diesel. Depois do Protocolo de Kyoto, cada signatário procura reduzir sua emissão de poluentes no ar, o que poderá retardar o chamado efeito estufa da Terra - os Estados Unidos se recusam a assiná-lo.
Além de combustível renovável, o biodiesel é ambientalmente correto, pois na forma pura reduz de forma significativa as emissões de poluentes. É praticamente isento de enxofre. Testes realizados pelo grupo PSA Peugeot Citroën e Ladetel, em parceria com a Universidade de São Paulo, mostraram que chegou a 16% a redução de gases poluentes de uma mistura de 30% de biodiesel e 70% de diesel de petróleo, em carros que rodaram em Curitiba e Ribeirão Preto.
Pode-se fabricar o biodiesel a partir de todo óleo de origem vegetal. Para isso, ele é submetido a um processo industrial conhecido por transesterificação, no qual há uma adição de aproximadamente 10% de álcool, obtendo-se o biodiesel, e 10% de glicerina. Na verdade, o inventor do motor do ciclo diesel, Rudolf Diesel, já previa, em 1900, a possibilidade de uso de óleos vegetais no seu invento, citando o de amendoim.
A mamona é recomendada para a produção de biodiesel por causa do seu elevado teor de óleo, próximo a 45%, enquanto a semente de girassol, por exemplo, contém cerca de 40% e a soja perto de 25%. Além disso, a mamoneira tem alta resistência às secas, produzindo bem no semi-árido do Nordeste.
Alguns grupos empresariais já estão prontos para a industrialização do biodiesel no país, no Nordeste, no Centro-Oeste e na Amazônia. A Petrobras participa de várias empresas que se dedicam ao biodiesel, uma delas no Rio Grande do Norte, numa área de 3 mil hectares e quase 2 mil famílias escolhidas para trabalhar no plantio. No Pará, um grupo vem trabalhando para a produção de biodiesel de dendê.
15/10/2004
Agência Senado
Artigos Relacionados
Torcedores alemães farão intercâmbio em Fortaleza
Bósnios, suíços e alemães visitam centros de treinamento
Brasileiros e alemães discutem parcerias em Ciência e Tecnologia
Empresários brasileiros e alemães se reúnem para debater inovação
Estabilidade econômica e eventos no Brasil atraem investidores alemães
Parlamentares alemães e brasileiros debatem etanol e aquecimento global