Parlamentares alemães e brasileiros debatem etanol e aquecimento global
Presente à reunião, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) relatou sua participação em uma reunião de deputados e senadores de países que compõem o chamado G8+5 - os oito países mais desenvolvidos e os cinco principais países emergentes - em Washington, quando defendeu a "responsabilidade diferenciada" dos países em relação ao aquecimento global. Segundo a senadora, ficou decidida em Washington a realização de um novo encontro em Berlim, em junho, e de um seminário internacional a respeito do tema no Brasil, no início de 2008.
A delegação alemã foi composta por seis deputados e uma deputada. Em resposta a uma pergunta de Serys, a deputada Bärbel Höhn, do Partido Verde, explicou o funcionamento do chamado "imposto ecológico", por meio do qual se tributa mais o consumo de energia para ajudar a financiar a Seguridade Social.
Logo no início do encontro, o presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), ressaltou a tradição de amizade entre os dois países. O vice-presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), também deu as boas-vindas aos visitantes e recordou o grande número de descendentes de alemães no Brasil.
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) elogiou a economia e as instituições alemãs, antes de perguntar a opinião dos deputados visitantes a respeito do programa brasileiro de produção de etanol. Bärbel Höhn, vice-presidente do Grupo Parlamentar Alemanha-Brasil, disse que o programa é visto com interesse na Alemanha. Ressalvou, porém, que existem dúvidas se a produção de álcool não estaria prejudicando a produção de alimentos. Ela disse ainda que está em discussão o estabelecimento, pela União Européia, de normas de certificação para a importação de etanol.
O deputado alemão Lothar Mark, do Partido Social-Democrático, defendeu a ampliação do comércio entre os dois países. Ele observou que as trocas entre a Alemanha e a América Latina representam apenas 2% do total do comércio exterior de seu país - porcentagem equivalente à do comércio alemão com a Suíça. Em resposta a uma indagação de Lothar Mark a respeito do interesse do Brasil e da Alemanha de obter assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse considerar importante que os dois países "cooperem" no conselho.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) quis saber se os professores alemães ainda contavam com reconhecimento e bons salários. Em resposta, o deputado Kurt Rossmanith (CDU-CSU), presidente do grupo parlamentar, afirmou que os salários dos professores de nível superior na Alemanha são "mais do que aceitáveis".19/04/2007
Agência Senado
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