Aliados de Tarso querem oficializar sua candidatura








Aliados de Tarso querem oficializar sua candidatura
Tarso Genro tem repetido que considera as prévias um "desperdício de
energia" e defende a escolha do candidato à sucessão de Olívio Dutra a partir de pesquisas.


A prévia no PT-RS para a escolha do candidato ao Governo do Estado é uma difícil obra de engenharia política para um partido que foi envolvido na CPI da Segurança Pública e acusado de envolvimento com a contravenção pelo relatório do deputado Vieira da Cunha(PDT). Tanto o governador Olívio Dutra quanto o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, preferem evitar o confronto. Mas as seis correntes que já abriram apoio para Tarso montaram um ato, amanhã, no Mercado Público, com a participação de prefeitos, deputados e vereadores para pressioná-lo.

As lideranças do PT Amplo, Tendência Humanista, MSC - Movimento de Construção Socialista, Rumo Socialista, MES- Movimento de Esquerda Socialista e a Rede propõem que o prefeito anuncie publicamente a sua inscrição na prévia.

Tarso tem repetido que considera as prévias um "desperdício de energia” e defende a escolha do candidato à sucessão Olívio Dutra, a partir das pesquisas. O governador Olívio Dutra já disse que poderá concorrer à reeleição, mas que só aceitará o confronto com adversários do projeto petista e “ não com companheiros”. Olívio sempre reforça a tese de que não tem projeto individual ou pessoa, mas poderá concorrer em nome do projeto de governo da Frente Popular. O vice-governador Miguel Rosseto também já admitiu que poderá ser candidato ao governo do Estado em 2002.


Proença quer negociar alianças e aposta no PDT
Um campeão de votos fez 156.930 na eleição para a Câmara Federal ele avalia que Britto, Bernardo e Fogaça são “ótimos nomes”. mas o PPS pode abrir mão da cabeça de chapa.

O presidente estadual do PPS, Nélson Proença, acredita que o ex-governador Leonel Brizola (PDT) está na espera da definição do candidato do PMDB à presidência da República para decidir uma coligação. "Tenho a impressão de que o Brizola está na expectativa se o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), será candidato ou não. Se ele for o escolhido, acho que o Brizola apóia Itamar, caso contrário, Brizola poderá optar por Ciro Gomes. O PDT é um ponto fundamental para a solução dessa equação", projeta.

Na opinião de Proença, as coligações no Rio Grande do Sul dependem de um acerto nacional, que deve ocorrer em abril ou maio. "Queremos sentar para conversar com os demais partidos, mas sem pré-condição e sem vetos. Aceitamos discutir sobre qualquer hipótese. Dependendo das circunstâncias, da necessidade, pode-se até abrir mão da cabeça de chapa", afirma.

Proença disse que o PPS tem três “bons candidatos ao Governo do Estado: o ex-governador Antônio Britto, o senador José Fogaça e o deputado estadual Bernardo de Souza. “Qualquer um dos três pode figurar numa chapa majoritária”, avalia.

Sobre a candidatura de Britto, o deputado disse que “as pesquisas podem ajudar o ex-governador a mudar a opinião que tem, em não concorrer ao Governo do Estado”.

Proença lembra que “quando todo mundo achava que a nossa saída do PMDB iria provocar uma derrubada nas intenções de voto para o Britto, aconteceu o contrário, o ex-governador cresceu nas pesquisas”.


Jungmann e Serra concorrem à sucessão de FHC
Senador Simon está preocupado com a possibilidade de manobras para viabilizar uma aliança com o PSDB, através do lançamento do nome de um ministro de FHC.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, anunciou ontem que vai disputar as prévias do PMDB que indicarão o candidato do partido à Presidência da República, marcadas para 17 de março. Jungmann descartou a possibilidade de abrir mão de uma candidatura em nome do candidato governista à Presidência e rechaçou uma aproximação com o PFL.

Ao mesmo tempo, o Palácio do Planalto e o PSDB já articulam os detalhes da formalização da candidatura do ministro da Saúde, José Serra, à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. O comando do PSDB discute hoje a melhor forma para que o ministro formalize até o final deste mês a condição de presidenciável. A cúpula tucana quer Serra fora do ministério até 14 de fevereiro. No dia seguinte reassumiria com discurso de candidato a vaga no Senado. O lançamento de Jungmann seguido do anúncio de que Serra deverá ser oficializado pelo PSDB, nos próximos dias, surpreendeu tucanos e peemedebistas,

PFL- O ministro Raul Jungmann negou que sua candidatura seja apenas uma manobra do Palácio do Planalto, para fortalecer a candidatura do ministro José Serra por uma eventual aproximação do PMDB.

Segundo ele, não há qualquer pretensão de sua parte em se candidatar à vice-presidência da República em uma chapa encabeçada por Serra, como tem sido comentado, ou de essa candidatura acabar em renúncia em favor de um candidato do governo. O ministro concorrerá nas prévias, nas quais já estão inscritos o senador Pedro Simon e o governador de Minas, Itamar Franco. Para o senador Simon o anúncio indicaria uma tentativa de setores do PMDB em barrar uma possível aliança encabeçada pelo PFL, com Roseana Sarney, na cabeça de chapa, e uma aproximação com o PSDB. “Não podemos ser vice de Roseana, nem de Serra”, afirmou.


Jungmann faz luta ideológica
O ministro da Integração, Raul Jungmann, afirma que se escalou para defender uma aliança entre PMDB e o PSDB

A decisão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, ao se inscrever nas prévias do PMDB em março, é ganhar voz, palanque e legitimidade para introduzir no processo sucessório um discurso ideológico pelo qual ele acha inadmissível a reedição da aliança que sustentou Fernando Henrique Cardoso, sob a hegemonia do PFL. Um acidente de percurso que resultasse num possível acordo onde Roseana Sarney seria a cabeça de chapa da coligação representaria, na prática, um retrocesso de quase 20 anos no País.


Jogo bruto
A sucessão presidencial está a toda no Palácio da Alvorada. Hoje é Aécio Neves que janta com FH. Ele pode ser a ponte entre Tasso e Serra, Se é que essa briga ainda tem jeito

Por mais que seus dirigentes neguem e até trabalhem no sentido contrário, o PSDB e o PFL estão mesmo em guerra a caminho das urnas de outubro. E o campo da batalha parece ser agora o PMDB. O ministro Raul Jungmann lançando-se como candidato às prévias presidenciais do PMDB, surpreendendo a cúpula do partido, é uma mostra de que as relações estão complicadíssimas. Mais que isso. As eleições estão neurotizadas, dizia ontem um experiente político.

A os fatos. O ministro Jungmann nega que o projeto de disputar as prévias tenha saído do Palácio do Planalto, muito menos que ele poderá ser vice na chapa presidencial de José Serra. Mas deixa claro logo na primeira fala que sua idéia é fortalecer uma hegemonia de centro-esquerda contra o crescimento dos liberais de direita. Ou seja, combater a candidatura de Roseana Sarney, do PFL. Projeto que interessa muito a José Serra e não faz parte, pelo menos por enquanto, dos planos do PMDB.

Para os pefelistas, são muitas as evidências de que o ministro Jungmann lançou-se nesta aventura, que contrariou enormemente a cúpula do seu partido, o PMDB, apenas para agradar ao PSDB de José Serra. Aventura foi a expressão utilizada pelos dirigentes do PMDB ao comentar o lançamento de Jungmann. – Aventura é o imobilismo do partido, é o partido não ter uma cara, não ter um candidato que proponha um novo rumo ao partido – reagiu Jungmann.

O plano dificilmente dará certo. Pelo que foi dito ontem pelos peemedebistas, o partido não dará a me nor importância, muito menos apoio, à candidatura do ministro às prévias. Sem apoio das forças majoritárias do partido, suas chances de vender Itamar Franco e Pedro Simon são nulas. De qualquer forma, Jungmann incorporou e pode disseminar a partir de agora o discurso contra os liberais. Discurso que os Tucanos não assumiram ainda de forma tão agressiva.

Em tempo: a eleição presidencial parece estar mesmo neurotizada. Na noite de segunda-feira, quando seu plano já estava decidido, Raul Jungmann telefonou para Roseana Sarney. Falaram de assentamentos, Incra e amenidades. Uma conversa simpática. Quando viu ontem Jungmann declarando que sua candidatura é para tentar impedir o apoio do PMDB ao PFL, Roseana reagiu: - Nossa Senhora! Ele falou comigo ontem à noite e não disse nada. Estou surpresa, gosto muito dele. Jungmann retruca: - Não sou anti-Roseana , só defendo outro rumo.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Estatuto do idoso
O projeto que institui o Estatuto do Idoso deverá entrar em pauta da Câmara nos próximos meses. O texto do deputado federal Paulo Paim, do PT, garante direitos básicos a pessoas com mais de 60 anos.

Senadora do PT
A senadora Emília Fernandes, do PT reafirmou ontem, em encontro com vice-governador Miguel Rossetto, que a candidatura do secretário Flávio Koutzii é democrática. Mas enfatizou, que é “a senadora do Rio Grande e do PT”.

SUS moradia
A Câmara encaminha este ano o projeto do deputado federal Clóvis Ilgenfritz, do PT, que cria uma espécie de SUS moradia. O texto prevê a construção de casas e a assistência técnica gratuita para carentes.


Pratini
Pesquisa da Federação Agricultura de Minas Gerais (Faemg) aponta o ministro da Agricultura, Pratini de Morais (PPB), como o candidato favorito das lideranças rurais mineiras para a Presidência da República com 32,7%. Itamar Franco, tem 16,3%.

Rio Pardo
Assim que terminar o recesso da Assembléia, o líder do PPS, deputado estadual Bernardo de Souza, protocolará projeto que declara patrimônio cultural do Estado a área histórica de Rio Pardo, bem como prédios e monumentos localizados fora do eixo central da cidade.

Bolsa-estágio
Os estudantes carentes de instituições privadas de ensino superior poderão receber “bolsa-estágio”, caso o projeto do deputado Roberto Argenta, do PHS , seja aprovado pelo Congresso Nacional. O texto foi apresentado à Mesa da Câmara e aguarda despacho.


Editorial

EXCESSIVA DEPENDÊNCIA

A atual crise vivenciada pela Argentina faz lembrar aquelas ocorridas no Brasil e no México, há alguns anos, quando cessou o ingresso de dólares nestes países e ficou evidenciada a luta que as nações ditas emergentes têm de realizar para diminuir sua dependência - hoje decisiva - das exportações e dos investimentos estrangeiros.

Para evitar crises com essa origem, o governo federal precisa criar mecanismos que reduzam a necessidade de nosso País obter capitais externos, principalmente depois que esses se tornaram mais escassos, com os ataques terroristas nos Estados Unidos. Passo primeiro e fundamental para isso é fortalecer o mercado interno, aumentando o poder aquisitivo da população. Para colher resultados em nível nacional, é necessário empreender uma grande transformação, e ela passa por uma mudança de mentalidade – do povo e das elites dirigentes.

Fortalecimento do mercado interno se dá através da geração de empregos e do crescimento da renda de quem está empregado. A maioria dos economistas concorda em que valorização da mão-de-obra se dá através do trabalho formal. No Brasil, que hoje tem 170 milhões de habitantes, existem pouco mais de 20 milhões de trabalhadores com carteira assinada. Existem cerca de outros 60 milhões na informalidade. Isto é, trabalham, sim, mas sem nenhuma proteção. Não têm direito à aposentadoria, férias, 130 salário, Fundo de Garantia etc.
Em conseqüência da alta taxa de desemprego, a média salarial ainda é muito baixa entre os que possuem carteira assinada.

Para viabilizar a transformação do mercado de trabalho, é urgente que o governo desonere a geração de empregos em nosso País.


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01/09/2002


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