Aloysio Nunes alerta para tratamento desumano dado a trabalhadores de obras do PAC




Em pronunciamento nesta quinta-feira (24), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que cerca de 80 mil trabalhadores das maiores obras em andamento pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já recorreram à greve este ano para reivindicarem condições dignas de trabalho.

- Recorreram à greve, como último recurso, contra condições degradantes de trabalho, contra salários de fome. Não deveriam estar nessa situação, porque são contratados por grandes empresas para executarem obras que estão na vitrine no Brasil, que têm ou teriam o condão de lançar o país na conquista de um futuro melhor - disse.

O senador se referiu em especial aos recentes protestos de trabalhadores das obras da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. Aloysio Nunes disse que cerca de 20 mil trabalhadores, apenas em Jirau, cruzaram os braços pedindo melhores condições de trabalho. Alguns chegaram inclusive a abandonar de vez as obras e outros chegaram a ser constrangidos, à força, para permanecerem no local.

Além disso, acrescentou o senador, não há certeza de que obras como as de Jirau estejam respeitando o meio ambiente ou os direitos das populações ribeirinhas da região. De acordo com ele, na construção da usina de Belo Monte (PA), nenhum dos 40 pré-requisitos ambientais foram cumpridos até agora.

O senador afirmou que o governo federal tem a obrigação de zelar pelos direitos dos trabalhadores dessas obras, pelo respeito às questões ambientais e também pelo atendimento à população local atingidas pelas obras. Afinal, disse, mesmo tocadas por empresas privadas, esses empreendimentos são pagos com dinheiro público.

Aloysio Nunes disse que problemas como os que estão acontecendo em Jirau também ocorrem em diversas obras do PAC espalhadas pelo país, como na usina de Santo Antonio, também no Rio Madeira, e nos complexos portuários de Suápe (BA) e de Pecém (CE).

- Não poderiam essas obras apresentar condições tão inadequadas de trabalho para os operários que as constroem. O mínimo que se espera do governo que as contratou é que zele pelos direitos e pela saúde dos trabalhadores, pelo meio ambiente e pela sobrevivência das comunidades atingidas. Nada disso até agora vem sendo respeitado - protestou o senador.



24/03/2011

Agência Senado


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