Aloysio Nunes: anos de governo do PT não representaram evolução política
Ao relembrar momentos da história republicana brasileira, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou em Plenário, nesta segunda-feira (14) que os anos de governo do Partido dos Trabalhadores não representaram um período de evolução política no Brasil. Apesar de reconhecer avanços na área social, com o aumento do crédito e a geração de renda para a população, o senador disse considerar que o PT não foi capaz promover transformações nas "amarras" que tolhem força da cidadania.
- A incapacidade que tem o Partido dos Trabalhadores de mudar a forma de fazer política do nosso país e, com isso, satisfazer as demandas e aspirações que ele encarnou quando na oposição levam a uma enorme frustração de cidadãos - afirmou o senador, que disse ter nutrido expectativa de mudanças à época em que o PT chegou ao poder.
O senador afirmou que, durante o governo petista, houve um movimento no sentido de tolher a liberdade e de trazer para dentro do governo e do Estado movimentos sociais como o movimento estudantil e o Movimento dos Sem Terra. Esses movimentos, segundo Nunes, foram, aos poucos, engessados por conselhos e instâncias deliberativas para se tornar "braços do estado". Como exemplo, Aloysio Nunes citou o imposto sindical.
- Além de ter mantido intacta a estrutura sindical herdada do Estado Novo, foi além, ao oficializar a transferência de recursos do imposto sindical para as centrais sindicais sem exigir a contrapartida da prestação de contas desse recurso, que é extraído do bolso do trabalhador pela força do governo e pela força da lei.
Para o senador, a "sequência de escândalos" envolvendo irregularidades nos ministérios e órgãos do governo têm um custo maior que apenas o do dinheiro público desviado. O prejuízo da ocupação do governo por pessoas "sem qualificação profissional, padrão ético e engajamento na defesa do interesse público" incluem, segundo Aloysio Nunes, a ineficiência, a falta de confiança da população nos governantes e a desvalorização da política.
O senador disse ter esperança de que as manifestações populares apartidárias contra a corrupção sejam capazes de promover mudanças. E criticou declarações recentes do ex-ministro José Dirceu e do presidente do PT, Rui Falcão, que teriam desqualificado os movimentos pela ética na política como se fossem da elite.
14/11/2011
Agência Senado
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