Aloysio Nunes diz que Paulo Bernardo 'apunhalou' Dilma ao insinuar que 'se ela estiver bem' Lula não será candidato
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) teceu duras críticas em Plenário ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que em entrevista a jornalista do site do jornal Folha de S. Paulo disse que a presidente Dilma Rousseff será candidata à reeleição em 2014 "se estiver beme se tiver o desejo de concorrer, aí muito dificilmente ele [Lula] será postulante."
- Eu diria que a sua afirmação beira à deslealdade com quem o nomeou ministro das Comunicações - disse o senador nesta quarta-feira (17).
Aloysio Nunes lembrou que, com a existência do instituto da reeleição o chefe do Executivo é candidato natural ao cargo. Ele assinalou, no entanto, que a presidente precisa garantir a governabilidade, o que significa capacidade de implementar decisões; manter a coesão política; definir claramente os campos "situação" e "oposição"; e ter o alto comando da administração pública, entre outras atribuições.
Aloysio Nunes acrescentou que um presidente necessita de autoridade política, assinalando que o que dificulta a manutenção dessa autoridade, hoje, no Brasil, é a base da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
- Muitas coisas, hoje, ameaçam, no horizonte, a autoridade política da presidente - disse o senador.
Entre essas ameaças, o senador citou as dissensões na sua base parlamentar; as divergências na base por razões de fundo sobre questões como o Código Florestal; e a camisa de força na qual a presidente está presa devido ao sistema de alianças políticas construído pelo ex-presidente Lula, "com a participação dela [Dilma]", no qual ela estaria "visivelmente desconfortável".
Em aparte, associaram-se ao discurso os senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Cyro Miranda (PSDB-GO), enquanto Eduardo Suplicy (PT-SP) citou pontos comuns entre PT e PSDB.
17/08/2011
Agência Senado
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