Aloysio Nunes: governo está perdido e Dilma desperdiça capital político




Na opinião do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), após cem dias de gestão Dilma Rousseff, o governo está perdido, deixando problemas fundamentais sem resolução. Para Aloysio, a presidente desperdiça capital político, que poderia ser usado para tomar medidas duras capazes de impedir o agravamento dos problemas.

- Não faço coro com senadores governistas que vieram exaltar os feitos do governo. Foram tomadas ações importantes, mas que em nada revertem os problemas angustiantes que o povo brasileiro enfrenta neste momento - disse, em Plenário, nesta segunda-feira (11).

Uma das dificuldades, segundo o senador, é o crescimento da inflação, que em apenas três meses já se aproxima perigosamente do teto da meta de 6,5% ao ano. Em sua avaliação, as ações adotadas até agora, como a elevação da taxa de juros, não deram resultado e trouxeram efeitos colaterais, como a "inundação" de divisas na economia. Com o real valorizado, frisou o parlamentar, acelera-se a desindustrialização no país.

Aloysio Nunes afirmou que mesmo entre os membros do governo há posturas contraditórias. Ele citou declaração do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, em um evento fechado para empresários, de que o ministro da Fazenda (Guido Mantega), com sua política de combate a inflação com valorização do real, está matando a indústria brasileira.

Segundo Aloysio, propostas que a presidente Dilma considerou prioritárias para a nação em seu pronunciamento ao Legislativo, na época da posse, não mereceram a atenção devida até agora, como a reforma política ou a tributária. O senador se queixou de que, até o momento, não houve palavra da presidência ou de setores como a Casa Civil a respeito dos temas, mesmo com a existência de comissões e proposições correlatas em tramitação no Congresso. Promessas como a desoneração da folha de pagamentos e a formalização das contratações, feitas por Dilma, foram ignoradas, criticou.

Aloysio também reclamou dos constantes envios de medidas provisórias, como a que libera financiamento para a construção de um trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro (MP 511/10).

- É um projeto enunciado pelo Governo, pela então Ministra da Casa Civil, há pelo menos três anos. Agora chega o ao Congresso como algo urgente e inadiável. Enquanto isso, os leilões do trem-bala são sucessivamente adiados, um leilão depois do outro, mas o Congresso não, o Congresso tem que votar, porque é urgente e inadiável.



11/04/2011

Agência Senado


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