Aloysio Nunes: governo Dilma entra em seu crepúsculo de uma forma nada bonita



Em discurso nesta segunda-feira (3), o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff está entrando em seu crepúsculo – ou em sua segunda metade – de uma forma que não é bonita, marcada por fatos que entristecem, como o baixo crescimento econômico e os escândalos.

- Espero que a presidente Dilma dê uma sacudida em seu governo, que acorde, pare de desperdiçar o capital político que ainda tem e aproveite esse tempo que lhe resta para implantar uma gestão eficiente, um conjunto de reformas, um diálogo maduro com o Congresso Nacional e a sociedade, porque o panorama que temos é de profundo desalento – disse.

Aloysio Nunes criticou o baixo crescimento do país, que terá elevação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 de aproximadamente 1%. Dos 38 países que já divulgaram suas estimativas, o Brasil ocupa o 20º lugar. E está em penúltimo entre os latino-americanos, à frente apenas do Paraguai.

Na opinião do senador, o crescimento econômico vem dos investimentos feitos pelo governo, que no Brasil estão decrescendo pelo quinto semestre consecutivo. A presidente assumiu o compromisso de elevar a taxa de investimentos para 25% do PIB, mas o país está patinando em 18% e, nesse ritmo, avaliou o senador, não se alcançará a meta prometida, patamar mínimo para que o Brasil possa crescer 4% ou 5% ao ano e assim proporcionar mais qualidade de vida à população.

O senador criticou a postura da equipe econômica, que não faz “navegação de longo curso, apenas de cabotagem, de águas rasas”, com medidas tópicas ou paliativas que não estimulam o desenvolvimento sustentável da economia. Com as isenções a setores que não precisam, como o automobilístico, não há melhoras em aspectos como o custo Brasil, não se investe em infraestrutura, e os municípios se deterioram.

Além disso, o Executivo tenta controlar a economia aumentando a imprevisibilidade da regra do jogo, com decisões impostas de cima para baixo e que afetam o mercado, como as alterações à Petrobras, que levaram a empresa à paralisia, a perder valor no mercado. Ou assumindo que as privatizações – ou concessões – podem ser boas, mas exigindo que os investidores se tornem sócios minoritários do governo, o que não é atraente.

Por fim, Aloysio Nunes criticou a situação em que as agências reguladoras se encontram, com falta de recursos orçamentários, dependência dos ministérios, envolvimento nas ações de governo a quem elas deveriam ajudar a controlar, e principalmente, carência de pessoal e excesso de indicações políticas, vide o episódio Rosemary. O senador frisou que, se o Brasil fosse um país sério, as denúncias de favorecimento a envolvendo provocaria a mudança de todo o ministério Dilma.

- É preciso uma mudança profunda – disse.



03/12/2012

Agência Senado


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