Alvaro Dias defende depoimento de Márcio Thomaz Bastos na CPI dos Bingos
Em pronunciamento em plenário, nesta segunda-feira (10), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a realização do depoimento do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Bingos, sobre os fatos que antecederam a demissão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.De acordo com o parlamentar, o ministro teria sido escalado para defender aqueles que colaboraram para o que chamou de "crime de Estado", em referência à quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Alvaro Dias defendeu ainda votação de novo requerimento pedindo a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, cuja blindagem só se justifica, a seu ver, para poupar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da suspeita de ter incorrido em crime de responsabilidade. Para o parlamentar, a quebra do sigilo do caseiro, pela gravidade do fato, juntamente com a compra de votos de parlamentares, já seriam motivos suficientes para o pedido de impeachment do presidente.
Ao mesmo tempo em que louvou a iniciativa de Thomaz Bastos de comparecer espontaneamente ao Senado, Alvaro Dias disse que sua vinda a local distinto da CPI seria inoportuna, pelo fato de a comissão estar à frente das investigações da quebra de sigilo bancário do caseiro e ter, desde seu vazamento, constituído um grupo para ir à Caixa Econômica Federal (CEF) e à Polícia Federal para acompanhar o desdobrar dos acontecimentos.
Alvaro Dias se disse espantado com as afirmações do novo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, segundo as quais a oposição seria responsável pelo acirramento do quadro político, com o objetivo obter o impeachment de Lula. Para o parlamentar, a oposição tem sido generosa, já que, segundo o jurista Miguel Reale Júnior, já haveria argumentos jurídicos e técnicos suficientes para o pedido de abertura do processo de impeachment do presidente.
10/04/2006
Agência Senado
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