Alvaro Dias diz que "apagão logístico" é inevitável



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), em discurso na tribuna nesta terça-feira (12), referiu-se mais uma vez à iminência de um "apagão logístico", para ele inevitável, em razão da falta de investimentos do governo em infra-estrutura.O senador citou artigo do jornalista Augusto Nunes, publicado no Jornal do Brasil, que classificou a crise na aviação civil chamada de "apagão aéreo" como exemplo do menosprezo do governo federal pela infra-estrutura no Brasil.

Alvaro Dias mencionou que o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), apontou como fatores geradores da crise o contingenciamento de recursos, a falta de habilidade de gestores e o déficit de pessoal.

- O governo foi devidamente informado e alertado há pelo menos três anos sobre a deterioração do sistema de controle de vôos - enfatizou o senador, que, em conversa com o ministro na última segunda-feira (11), ouviu dele relato sobre a desarticulação das autoridades do setor.

Alvaro Dias ressaltou que, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia que a crise no setor aéreo estaria sob controle, o ministro da Defesa, Waldir Pires, teria dito que "só muita fé e reza evitarão novo colapso aéreo no final deste ano".

O senador pelo Paraná exemplificou o suposto descaso do governo com infra-estrutura citando dados do Ministério das Cidades sobre saneamento básico e sua influência sobre a saúde da população. Dos R$ 12,8 bilhões previstos para a área nos quatro anos de governo Lula, o governo só teria empenhado R$ 5,12 bilhões.

- Os investimentos com recursos públicos devem ter sustentabilidade. Portanto, manter o fluxo de desembolso é vital - insistiu o parlamentar.

Alvaro Dias salientou que 19 milhões de pessoas vivem sem água e 47 milhões, sem captação de esgoto. Conforme explicou o senador, seriam necessários R$ 178 bilhões para universalizar o saneamento básico em duas décadas.

- O presidente afirmou em passado recente que a saúde no Brasil estaria chegando quase à perfeição, mas ela está batendo às portas da UTI - disse o senador, ao acrescentar que o número de leitos nos hospitais brasileiros está no nível mais baixo dos últimos 30 anos.

De acordo com o parlamentar, a Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o número de leitos que, em 2002, era de 2,7 por mil habitantes, sofreu queda de 5,9%. Alvaro Dias afirmou que esses dados indicam que o Brasil passou a ter índices de leitos inferior ao recomendado pelo Ministério da Saúde, com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).



12/12/2006

Agência Senado


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