Alvaro Dias diz que PSDB não pressionou Ataídes a manter apoio à CPI dos Transportes
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, negou na tarde desta quarta-feira (3) que o partido tenha pressionado o senador Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) a manter a assinatura no requerimento da CPI dos Transportes. Alvaro Dias classificou Ataídes de "fiel ao partido", e disse que sua decisão foi consciente, prevalecendo acima de compromissos eventuais que o senador possa ter assumido eleitoralmente durante a campanha em seu estado, o Tocantins.
- Ele refletiu e chegou à conclusão de que vale a pena ficar com a sua própria consciência, mesmo magoando um amigo - disse Alvaro Dias, referindo-se ao fato de Ataídes ser suplente de João Ribeiro, filiado ao PR, partido envolvido nas denúncias.
O senador paranaense disse que mantém a expectativa de conseguir o mínimo de 27 assinaturas para que o requerimento seja lido em Plenário. Com a retirada do apoio dos senadores João Durval (PDT-BA) e Reditário Cassol (PP-RO), ficam faltando duas assinaturas.
Para Alvaro Dias, existe um espaço de indignação também entre os aliados e é possível alguém "assinar repentinamente". O parlamentar disse que o Legislativo tem "enorme responsabilidade" diante das denúncias e afirmou que a CPI corresponde às expectativas do povo brasileiro.
- Nós estamos aqui apenas contemplativos, passivos, adotando a postura de omissão, de complacência - lamentou.
Jogo de cena e cheque sem fundos
Alvaro Dias disse que os afastamentos que vêm ocorrendo no Ministério dos Transportes atingem apenas coadjuvantes e não passa de "jogo de cena" do governo. De acordo com o senador, uma CPI é necessária porque poderia "revelar os protagonistas".
O senador reconhece que o governo tem poderes para uma possível pressão sobre os senadores da sua base e criticou a retirada de assinaturas do requerimento da CPI. Para o senador, a ação de colocar e retirar a assinatura lembra quem passou um cheque e depois se lembrou de que não tinha fundos. Alvaro Dias ainda chamou de "promíscuo" o relacionamento do Executivo com o Legislativo.
- Nós gostaríamos que esse modelo fosse destruído agora a bem do governo Dilma e, sobretudo, do país - afirmou.Tércio Ribas Torres e Isabela Vilar/Agência Senado
03/08/2011
Agência Senado
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