Alvaro Dias diz que manter benefícios a obras atrasadas da Copa é premiar incompetência



O senador Alvaro dias criticou nesta terça-feira (26) projeto de resolução aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O PRS 3/2013, do senador Romero Jucá, fixa em 30 de junho de 2014 a data limite para o início da execução das obras da Copa. Essas obras de infraestrutura não são consideradas no teto de dívidas e nos percentuais de comprometimento da receita corrente líquida. O objetivo é, justamente, evitar que o atraso gere a perda desses benefícios.

- Estamos premiando a incompetência. Aqueles que não cumprem cronograma de obras, que recebem benefícios para acelerar a execução e executam morosamente, ficam com os benefícios e não oferecem perspectiva de retorno mais rápido – criticou.

O senador acredita que muitas dessas obras não serão inauguradas antes da Copa do Mundo, motivo pelo qual não há justificativa para a manutenção das “vantagens extraordinárias” oferecidas pelo governo. Além disso, observou, essas vantagens são concedidas em detrimento dos municípios que não foram escolhidos como sedes da copa. Os grandes beneficiados, na opinião do senador, são os empreiteiros.

- Os empreiteiros de obras públicas são os grandes campeões dessa Copa do Mundo. Eles, sim, estão conquistando o título do superfaturamento de obras - afirmou.

Alvaro Dias disse, ainda, que o custo dos estádios do Grêmio e do Palmeiras, construídos com recursos próprios, mostra uma “diferença monumental” com relação, por exemplo, ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília, que tem custo estimado em R$ 1,4 bilhão.

Infraestrutura

Alvaro Dias também apontou o clima de insegurança no setor elétrico após a intervenção do governo e afirmou que os reservatórios de água encontram-se, na média, com o nível mais baixo dos últimos dez anos. Para ele, os dois problemas somados exigirão do governo competência administrativa de alto grau, o que não deve ocorrer.

O senador também lamentou a situação de ineficiência dos portos brasileiros. Ele disse que as filas nos portos geram prejuízos incalculáveis aos produtores rurais. O Brasil, ressaltou o senador, desperdiça a oportunidade de estabelecer vantagens na balança comercial, mesmo com uma “safra generosa”.



26/03/2013

Agência Senado


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