Alvaro Dias: faltam nomes no banco dos réus do mensalão
Em discurso no Plenário nesta segunda-feira (6), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) é um momento histórico e pode marcar um novo tempo na política do Brasil.
Na visão do parlamentar, no entanto, alguns nomes estão ausentes no banco dos réus. Alvaro Dias citou um artigo de Sebastião Nery, no qual jornalista afirma que o mensalão nasceu da decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comprar o apoio de partidos ao invés de negociar a cessão de ministérios. Segundo Alvaro Dias, o ex-deputado Roberto Jefferson – que denunciou o esquema em 2005 – disse recentemente que Lula não apenas tinha conhecimento, mas era atuante dentro do esquema.
- A pergunta que se faz é: o [ex-] presidente da República cometeu ou não crime de responsabilidade? – questionou.
O senador registrou que a imprensa internacional tem dado a devida repercussão ao fato e elogiou a atuação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na condução do processo no STF. Ele também lembrou a atuação das comissões parlamentares de inquérito (CPIs) que investigaram o episódio e destacou as manifestações públicas, como as vigílias em São Paulo e as correntes nas redes sociais, que cobram punição para atos de corrupção.
Para Alvaro Dias, no entanto, que é preciso reconhecer que existe no país uma “alienação revoltante” que foi produzida pela banalização da corrupção nos últimos anos. Segundo o senador, há muitos que fecham os olhos para a corrupção para defender os corruptos. Esse tipo de defesa, disse Alvaro, provoca muito prejuízo para os brasileiros, já que os corruptos desviam dinheiro da educação, da saúde e da segurança.
- De acordo com a Transparência Internacional, mais de R$ 70 bilhões ao ano são desviados para a corrupção – lamentou o senador.
Delta Construções
O senador ainda afirmou que um escândalo não pode provocar o esquecimento de outro. Alvaro Dias disse que o trabalho da CPI do Cachoeira precisar continuar. O senador apontou mencionou o envolvimento da Delta Construções, maior detentora de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento. Segundo a Polícia Federal, a Delta repassava recursos a empresas fantasmas ligadas a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
- Queremos ir além dessas empresas e encontrar os beneficiários finais – declarou.
06/08/2012
Agência Senado
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