Alvaro Dias: "Julgamento dos suspeitos de participação no mensalão é fato histórico"
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que, "neste cenário de desencanto nacional e de indignação diante de tantos escândalos", só o início dos debates no Supremo Tribunal Federal sobre o acolhimento das denúncias do procurador-geral da República contra os envolvidos no escândalo do mensalão "constitui-se em fato histórico". Ele acrescentou que, além disso, o fato é um "alento indiscutível, sobretudo para aqueles que desejam a recuperação da credibilidade das instituições públicas brasileiras".
Em discurso no Plenário nesta quarta-feira (22), Alvaro Dias lembrou que, o escândalo do "mensalão" nasceu no Poder Executivo e alcançou o Congresso Nacional - "uma relação de promiscuidade do Poder Executivo com o Poder Legislativo".O senador ressaltou que é preciso trabalhar para, "sobre os escombros provocados pelos últimos escândalos, edificar uma nova instituição pública brasileira, mais acreditada, respeitada e valorizada".
- Esse ato do Supremo demonstra que a CPI não terminou em pizza. Na verdade, quando se responsabilizam CPIs pela impunidade que acaba prevalecendo, não se age de maneira justa - disse o senador.
Embora reconhecendo que há razões para desencanto em relação à prevalência da impunidade, Alvaro Dias observou que "a responsabilidade pela prevalência da impunidade nem sempre é da Comissão Parlamentar de Inquérito".
Patrocínio
Alvaro Dias relatou aos colegas parlamentares que está pedindo ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue a aplicação de verbas de patrocínio do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal. Segundo o senador, o TCU já fez auditoria na Caixa e constatou o possível desvio de finalidade na aplicação dessas verbas. A Caixa não teria repassado as informações solicitadas, alegando "não possuir registro centralizado e informatizado".
O senador citou como exemplo a destinação de R$ 19,5 milhões em brindes do Banco do Brasil à DNA Publicidade e Propaganda, do então empresário do ramo Marcos Valério, envolvido no escândalo do "mensalão". Criticou ainda a prevalência de interesses político-partidários sobre interesses técnicos na aplicação dos recursos.
22/08/2007
Agência Senado
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