Alvaro Dias lamenta saída de Zilda Arns do comando da Pastoral da Criança
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lamentou nesta segunda-feira (3) que "a insanidade dos burocratas de plantão" tenha obrigado Zilda Arns a deixar, no último dia 29 de novembro, a coordenação da Pastoral da Criança. Isso ocorreu, informou o senador, por força do Decreto nº 6.179 de julho de 2007, que veta o repasse de recursos a entidade cujo dirigente tenha parentesco em linha direta, colateral ou por afinidade até o segundo grau com qualquer membro dos três poderes. Zilda Arns é tia do senador Flávio Arns (PT-PR).
- A edição desse decreto é a prova cabal da falta de sensibilidade, a ausência completa de razoabilidade que assola a administração do presidente Lula. As mentes iluminadas que conceberam este decreto não devem discernir sobre o trabalho realizado pela doutora Zilda Arns ao longo de mais de duas décadas à frente da Pastoral da Criança - protestou o senador.
Alvaro Dias lembrou que há 25 anos e com apoio da Igreja Católica e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a entidade foi criada com base em projeto de Zilda Arns. De lá para cá, a Pastoral passou a atender quase 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes em 43 mil comunidades de todo o país, acompanhando-as todos os meses em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, indistintamente de cor, raça, credo religioso ou político.
O senador assinalou que, sob o comando de Zilda Arns, o trabalho da Pastoral diminuiu a mortalidade infantil no Brasil e serviu de modelo para países da África, Timor Leste e Filipinas, além de países sul americanos como Paraguai, Peru, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai, Equador e México.
- O alerta de Zilda Arns não pode ser ignorado: o trabalho da Pastoral da Criança em 43 mil comunidades do país está ameaçado e pode parar. O decreto foi muito mal elaborado. A assessoria que elaborou o documento nunca pisou o pé na estrada, é desligada da realidade brasileira e castiga os que chegam às mais pobres comunidades, como a Pastoral - afirmou.
Alvaro Dias disse ainda que Zilda Arns sugeriu que o presidente Lula revogue o decreto e, quando for substituí-lo, convoque pessoas capacitadas a contribuir para a melhoria das relações do setor com o governo.
03/12/2007
Agência Senado
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