Liderança do PT lamenta morte de Zilda Arns e apresenta requerimento para Sessão Especial de Homenagem



O líder do PT e do Bloco de Apoio ao governo no Senado, o senador Aloizio Mercadante (SP) lamentou nesta quarta-feira (13) a morte da médica sanitarista Zilda Arns - fundadora da Pastoral da Criança - e dos militares brasileiros que serviam em missão da Organização das Nações Unidas (ONU), vítimas de terremoto que atingiu àquele país na noite de ontem (às 19h30, horário de Brasília). O senador também lastimou as perdas para o povo haitiano.

- Nesta tragédia de grandes proporções, a morte da doutora Zilda é uma grande perda para o Brasil - afirmou.

Mercadante também anunciou que apresentará um requerimento de Sessão Especial do Senado em homenagem à sanitarista e aos militares que serviam na força de paz especial da ONU.

- Eles honraram o Brasil em sua missão - assinalou.

Abaixo, a íntegra do requerimento.

REQUERIMENTO

Requeiro, nos termos dos artigos 199 e 200 do Regimento Interno, a realização de Sessão Especial destinada a homenagear a doutora Zilda Arns Neumann, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, e os militares brasileiros participantes da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH) recentemente falecidos no terremoto de Porto Príncipe, Haiti.

JUSTIFICAÇÃO

Os cidadãos brasileiros que faleceram recentemente na terrível tragédia do terremoto de Porto Príncipe deram suas vidas para ajudar o país mais pobre do hemisfério ocidental, que tem cerca de 80% de sua população abaixo da linha da pobreza.

Com efeito, inteiramente legitimada por um mandato claro da ONU, a MINUSTAH vem trabalhando duro para prover segurança à população haitiana, e assegurar a transição para um regime político estável e democrático e o respeito aos direitos humanos fundamentais, num país historicamente conturbado e com carência total de recursos. Assim, esses cidadãos brasileiros que lá estão, em sua maioria militares, cumprem uma difícil e importante missão de paz, que eleva o prestígio do Brasil no cenário mundial.

A dantesca tragédia do terremoto de Porto Príncipe, que castigou violentamente uma população já muito sofrida, levou também a vida desses brasileiros que abnegadamente participavam de uma missão destinada a salvar vidas.

Entre esses cidadãos nacionais, se destaca a figura ímpar da doutora Zilda Arns, uma das criadoras da Pastoral da Criança e, mais recentemente, da Pastoral da Pessoa Idosa. Médica e sanitarista, Zilda Arns estava no Haiti justamente para levar a experiência exitosa da Pastoral da Criança no combate à desnutrição infantil, que no Haiti atinge níveis dramáticos. Sempre disposta a ajudar seus semelhantes, Zilda Arns procurava, no momento de sua morte, ser útil à população que acabava de receber o impacto do terremoto.

Não se podia esperar outra atitude de uma das mulheres brasileiras mais importantes da história recente do país. Uma mulher que, por sua devoção às causas das crianças e da saúde pública mereceu, entre outros, os seguintes prêmios internacionais: "Heroína da Saúde Pública das Américas", concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2002; o Prêmio Social 2005 da Câmara de Comércio Brasil-Espanha; a Medalha "Simón Bolívar", da Câmara Internacional de Pesquisa e Integração Social, em 2000; o Prêmio Humanitário 1997 do Lions Club Internacional; e o Prêmio Internacional da OPAS em Administração Sanitária, 1994.

Aqui, no Senado Federal, Zilda Arns recebeu, em 2005, o diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz, numa homenagem que comoveu a todos.

Pois bem, o sacrifício de Zilda Arns e dos demais cidadãos brasileiros falecidos na tragédia do Haiti não pode ser esquecido. Ele terá de ser sempre lembrado como exemplo de dedicação às melhores causas mundiais da paz e do combate à pobreza, nas quais o nosso país de empenha e se destaca.

Nada mais justo, portanto, que o Senado Federal preste homenagem a esses heróis brasileiros que morreram, em circunstâncias dramáticas, na defesa da vida.

13/01/2010

Agência Senado


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