Alvaro Dias propõe choque de credibilidade



Um choque de credibilidade seguido por uma reforma administrativa que reduza o número de ministérios e de cargos de confiança ocupados por "apaniguados do PT". Esta foi a proposta feita nesta segunda-feira (10) pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de recuperar a eficiência administrativa do governo e a competitividade internacional, e de voltar a atrair investidores.

O senador citou estudo anual realizado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Gestão, localizado em Lausanne, Suíça, que coloca o Brasil na 53ª posição, em 2004, entre 60 economias avaliadas.

- Na avaliação do instituto, a falta de eficiência da administração pública no país e a estagnação da economia em 2003 são as razões para o desempenho do Brasil, qualificado pelo instituto suíço de "decepcionante". O Brasil ocupava a 37ª posição no ranking do instituto em 2002 - acrescentou.

Segundo Alvaro Dias, o instituto aponta como um dos maiores desafios para o Brasil em 2004 a necessidade de melhorar a eficiência do governo e a habilidade para governar. Essa falta de eficiência, para o senador, significa mais pobreza, mais violência e a produção de infelicidade. "Chegamos à mediocridade administrativa no Brasil", frisou.

- Não interessa discutir se o presidente Lula gosta de refrigerantes ou de bebidas alcoólicas fortes. O que interessa é constatar que o respeito se foi e o presidente da República serve de inspiração para o anedotário internacional e nacional. A ausência de autoridade leva ao descrédito absoluto. Não queremos que a segunda-feira seja a ressaca do noticiário internacional do final de semana - afirmou.

O senador Mão Santa (PMDB-PI), em aparte, disse que o país se tranqüilizou ao ver, na semana passada, "este Senado encabrestar o presidente Lula", quando impôs uma derrota ao governo derrubando a medida provisória que proibia o funcionamento dos bingos.

Alvaro Dias também criticou a propaganda do governo, por comparar os primeiros 15 meses do governo Lula com o último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Apresentando dados oficiais, o senador disse que o governo mentiu e revelou dados diferentes dos veiculados pela propaganda.

Na propaganda, o governo afirma que houve uma queda de 5,9% no preço da gasolina, disse o senador, segundo o qual, na verdade, esse preço aumentou 0,49% entre janeiro e março de 2004. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também desmentiriam propaganda segundo a qual o preço do botijão de gás de cozinha aumentou 2,2% nos primeiros 15 meses de governo. De acordo com o IBGE, neste período o preço do gás aumentou 6,8%. A cesta básica, na propaganda, aumentou apenas 2,6% no governo Lula. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o preço da cesta básica sofreu um aumento de 5,2%, comparou Álvaro Dias.



10/05/2004

Agência Senado


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