Alvaro Dias: Senado deve investigar se Renan beneficiou empresa fantasma
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse esperar que a Mesa do Senado, em sua reunião desta terça-feira (23), acolha a representação na qual o PSOL pede a cassação do mandato do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por supostamente beneficiar uma empresa fantasma com emenda no orçamento no valor de R$ 280 mil. Como segundo vice-presidente do Senado, o parlamentar paranaenseparticipa da reunião da Mesa, com início previsto para as 11h.
- Esta denúncia dever ser investigada, não só porque é grave, e não ficaria bem o Senado deixar de investigá-la, mas também porque é a mais fácil de se apurar. Se ele alocou os recursos para a empresa, isso ficou registrado - explicou o senador.
Esta poderá ser a sexta representação contra Renan a se enviada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. Na primeira, ele foi condenado no conselho por se utilizar do lobista Cláudio Gontijo, funcionário da empreiteira Mendes Júnior, para fazer pagamentos de despesas pessoais. No Plenário do Senado, Renan foi absolvido, mas se licenciou da Presidência no dia 11 em conseqüência de uma denúncia da espionagem dos senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO) que levaria o PSDB e o DEM a protocolarem a quinta representação contra o presidente do Senado.
- Esta já acho desnecessária. Há muito disse-me-disse, mas é muito difícil provar que Renan participou dessa "arapongagem" - observou Alvaro Dias.
O parlamentar do PSDB comentou o andamento das apurações da terceira representação, cujo relator é o senador Jefferson Peres (PDT-AM). Segundo a assessoria de Jefferson, até o momento não foi encontrada nenhuma prova documental de que Renan se associou ao usineiro João Lyra para comprar de forma clandestina um jornal e duas emissoras de rádio em Alagoas.
- Eu já esperava por isso. Ocorre queesta não é uma investigação judiciária, e sim política, para a qual não há necessidade de provas documentais. Basta o conjunto de ações que desacreditam o Senado - disse Alvaro Dias.
O Parlamentar lembrou que esse entendimento norteou a decisão do conselho na primeira representação, e que o mandato de Renan só não foi cassado em Plenário porque nesta instância o voto foi secreto.
- É por esta razão que precisamos aprovar a PEC que torna o voto aberto - defendeu o senador, que não acredita em renúncia de Renan à Presidência do Senado e vê, portanto, como prematuras as especulações em torno da sucessão no Senado.
Sobre a representação contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), protocolada pelo PSOL junto com a sexta contra Renan, Alvaro defende seu arquivamento pela Mesa. Azeredo é acusado de se beneficiar de um esquema de financiamento de campanha semelhante ao do "mensalão" antes de se tornar senador.
- Uma denúncia com o mesmo teor já foi arquivada pelo Conselho de Ética - lembrou Alvaro Dias.
22/10/2007
Agência Senado
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