Ana Amélia lamenta fechamento de fábrica no Rio Grande do Sul e vê concorrência desleal da China e da Argentina



A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) afirmou, em discurso nesta terça-feira (10), que o processo de desindustrialização no Brasil já está ocorrendo, ao citar o exemplo de uma fábrica de calçados que fechou em seu estado, demitindo 800 trabalhadores no município de Parobé, no Vale do Sinos. A fábrica da Azaléia, que tinha 50 anos, era responsável por 30% da receita do município, acrescentou a senadora.

Essa desindustrialização, explicou a parlamentar, é provocada pela falta de competitividade da economia brasileira, agravada por dificuldades com o câmbio e pela ausência de logística adequada. Ana Amélia apontou uma política desfavorável à exportação, o que também aumenta a concorrência de produtos importados. Desta forma, disse, as fábricas são fechadas, mudam-se para outros países, com menos carga tributária e mais incentivos, ou para outros estados, graças à guerra fiscal, o que afeta de forma grave a renda dos municípios em que estavam instaladas.

A senadora citou o exemplo dos calçados fabricados na China, que foi condenada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) por concorrência desleal, mas realiza a chamada triangulação, fazendo com que os calçados mais baratos entrem no Brasil via Taiwan, Indonésia e Tailândia.

Ela também apontou o caso da Argentina, que considera anda ainda mais grave, pois com freqüência o país vizinho aumenta as barreiras protecionistas contra diversos produtos brasileiros, enquanto o Brasil não reage e recebe 100 mil toneladas mensais de arroz argentino, prejudicando produtores do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Santa Catarina.

- A situação é inaceitável, diante desse quadro o governo, o Ministério das Relações Exteriores, precisa encontrar uma solução no âmbito do Mercosul - disse, observando que a Argentina chega a ameaçar, com base em regras protecionistas, devolver inúmeros produtos fabricados no Brasil.

Reforma tributária

Ana Amélia e os parlamentares que a apartearam, como Waldemir Moka (PMDB-MS) e Wilson Santiago (PMDB-PB), defenderam a realização de uma reforma tributária que privilegie os municípios. A senadora defendeu ainda a derrubada do veto presidencial à redistribuição dos royalties de petróleo para todos os entes federados, e não somente aos estados e municípios produtores.



10/05/2011

Agência Senado


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