Ana Júlia pede voto de pesar por morte de cientista



A senadora Ana Júlia (PT-PA) lamentou a morte prematura do cientista José Márcio Corrêa Ayres, aos 49 anos de idade, ocorrida na última quarta-feira (12) nos Estados Unidos, em decorrência de um de câncer iniciado nos pulmões. Ela apresentou um requerimento de voto de pesar aos familiares do cientista, pedido atendido e encaminhado pela Mesa Diretora na sessão desta quinta-feira (13). Márcio, informou ela, foi reconhecido e premiado, no país e no exterior, como um dos maiores defensores da conservação da biodiversidade brasileira.

- Márcio Ayres era para nós, paraenses, motivo de orgulho, pois além de ser um filho do Pará, tornou-se um dos grandes especialistas em biodiversidade e defensor da importância de áreas-chave para a conservação da biodiversidade brasileira - destacou Ana Júlia.

A senadora relatou que o cientista formou-se em Biologia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1976, período em que administrou o zoológico da cidade de Ribeirão Preto (SP) e tornou-se, ainda muito jovem, reconhecido primatólogo brasileiro. Depois de graduado, Márcio ingressou no mestrado em Ecologia no Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) e, mais tarde, retornou à região Amazônica para realizar sua tese de doutoramento pela Universidade de Cambridge.

Foi nesse período, lembrou a senadora, que o cientista percebeu a existência de focos de ameaças ambientais. Márcio Ayres foi o responsável pela criação de duas reservas de desenvolvimento sustentável, de Mamirauá e Amaná, que juntas formam mais de três milhões de hectares de floresta tropical protegida no estado do Amazonas, disse ela.

- Márcio representou o nosso país em vários fóruns internacionais, recebeu prêmios e diversas instituições reconhecem seu trabalho pela conservação da Amazônia. Além de grande cientista e de excepcional conservacionista, foi um bom amigo, um homem feliz, alegre, que valorizava a vida em todas as suas formas. Um homem bom, um grande homem. Daqueles que fazem muita falta e que não são esquecidos nunca.



13/03/2003

Agência Senado


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