Antero pede ao Senado apoio na apuração do assassinato de seu primo



Sem estabelecer nenhuma ligação entre o assassinato do primo Luis França de Moura Neto e sua atuação no caso Waldomiro Diniz, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pediu nesta quarta-feira (3) ao Senado apoio na apuração do crime. Após uma breve intervenção, durante a qual revelou que sua família vem recebendo telefonemas suspeitos, Antero seguiu para um encontro com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

O senador pôs em dúvida a hipótese de crime comum ou roubo. Até pelo fato de o corpo e o carro que Luiz França dirigia terem sido queimados. Segundo ele, o primo, funcionário de gráfica, era homem de poucos recursos e não tinha inimigos. Além disso, possuía um Vectra, veículo considerado um carro comum pelo senador.

- No Mato Grosso há muito roubo de carros de luxo. E é estranho que tenham queimado o corpo. Eu posso ter inimigos; o Luizinho, não - disse Antero.

Casado e pai de dois filhos, de 10 e 15 anos, o gráfico comunicou-se com a família na tarde de terça-feira (2), depois de sair do dentista. Disse que iria para a empresa participar de uma festa. Como não voltou para casa, a família acionou o senador, que comunicou o fato ao governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, à polícia e ao ministro da Justiça. Na manhã desta quarta, quando se reunia com a bancada do PSDB, Antero recebeu a notícia do assassinato.

- A imprensa tem me perguntado se associo esse crime com a minha atuação na CPI do Banestado ou às posições que tenho assumido ultimamente [caso Valdomiro]. Tenho o dever de não fazer nenhuma ligação. Só peço que a verdade seja apurada, seja qual for - declarou o senador.

De acordo com Antero, nos últimos dias sua família tem recebido telefonemas feitos a partir de telefones públicos localizados em bairros de Cuiabá. Do outro lado da linha, uma voz não identificada apenas pergunta: "onde você está?".

- Tenho consciência das minhas obrigações, mas temo mais pela segurança da minha família do que pela minha própria - afirmou o senador, que agradeceu o apoio recebido do seu partido e do líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele informou que se afastará das sessões do Senado pelo tempo necessário para participar das cerimônias em homenagem ao primo. Em nome da Casa, o presidente da sessão e 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), prestou solidariedade a Antero e disse que a Mesa enviará ofício ao ministro da Justiça pedindo a devida apuração do caso.




03/03/2004

Agência Senado


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