Antero pergunta se ACM prevaricou



Com base no artigo 320 do Código Penal, que trata da condescendência criminosa, o senador Antero de Barros (PSDB-MT) perguntou ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) se, conhecendo a lista, ele não teria prevaricado por não ter tomado medidas imediatas para apurar a violação do painel. Revoltado, Antonio Carlos pediu que Antero utilizasse termos apropriados. "Nunca prevariquei na minha vida. Minha moral não pode ser ofendida", afirmou. Apoiado no parecer de "um dos maiores juristas do Brasil", Antonio Carlos explicou que não foi indulgente e que não tomou providências contra o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) e a ex-diretora do Prodasen Regina Borges, por razões de estado.

Antero rebateu afirmando que a violação do painel não é uma questão relevante do estado brasileiro e lembrando que Antonio Carlos havia assumido oficialmente responsabilidade pela inviolabilidade do painel. "Que confiança podemos ter nas declarações de hoje?", questionou. O senador matogrossense lembrou que Antonio Carlos insistiu, para a imprensa, na inviolabilidade do painel após tomar conhecimento da lista. Antero ainda mencionou o episódio da gravação da conversa entre Antonio Carlos e três procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e recordou afirmação do senador baiano sobre outra gravação clandestina com dois deputados baianos que mudaram do PFL para o PMDB. Segundo Antero, Antonio Carlos disse que não havia nada mais digno de credibilidade do que uma voz gravada.

Antonio Carlos desqualificou a gravação feita no MPF e lembrou que vários senadores não conseguiram ouvir a gravação filtrada pelo perito em fonética, Ricardo Molina. "É uma mentira", afirmou. Ele também disse que a revista IstoÉ não tem credibilidade moral e a acusou de atacá-lo.

26/04/2001

Agência Senado


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