Antonio Carlos apóia criação de uma "CPI ampla"



A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de corrupção no governo recebeu nesta segunda-feira (dia 5), em plenário, o apoio do ex-presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Em aparte a pronunciamento do senador José Eduardo Dutra (PT-SE), ele se disse favorável à instalação de uma "CPI ampla".

- Há muito o que investigar e há tempo para isso - disse Antonio Carlos, incluindo, entre os temas a serem analisados pela CPI, as eventuais irregularidades observadas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER).

Antonio Carlos disse ainda ser favorável à investigação sobre a possível quebra de sigilo do painel eletrônico do Senado, durante a votação do pedido de cassação do senador Luiz Estevão. Advertiu, porém, que não se deve tentar utilizar o tema como arma para que ele deixe de apontar irregularidades no governo. "É um erro querer colocar no pelourinho quem está fazendo denúncias de corrupção", disse Antonio Carlos.

Ele acusou o senador Roberto Freire (PPS-PE) - que defende a cassação do mandato do ex-presidente da Casa, por causa da possível quebra de sigilo - de haver infringido o Regimento Interno ao não votar em cabine própria na eleição para presidente do Senado. O senador Paulo Hartung (PPS-ES), em outro aparte, disse que ele mesmo havia tornado público seu voto em Jefferson Péres e que não havia de sua parte ou da parte de Freire a intenção de provocar ninguém.

Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) considerou um "fato realmente grave", que deveria ser devidamente apurado, a eventual quebra do sigilo na votação do pedido de cassação de Estevão. Ele lamentou os possíveis prejuízos que poderão ser causados pelo ambiente político à retomada da votação de reformas pelo Congresso, no momento que considera mais propício à atividade legislativa. Mas assegurou que a criação de uma comissão de inquérito poderá contar o seu apoio. "Não vejo como tragédia a criação de uma CPI", afirmou o senador.

05/03/2001

Agência Senado


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