ANTT e BNDES defendem viabilidade econômica do trem-bala




O Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Campinas e Rio de Janeiro é viável economicamente e trará grandes benefícios para o país. Foi o que garantiram o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, e o superintendente da área de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Henrique Amarante da Costa Pinto, em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), nesta terça-feira (12).

Bernardo Figueiredo informou que a implantação de um trem-bala entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo é debatida no Brasil, pelo menos, desde 1998 e foi retomada com mais força em 2007. Ele argumentou que o TAV é a tecnologia mais adequada, de acordo com estudos técnicos, porque a região atendida tem alta densidade demográfica e responde por grande parte do Produto Interno Bruto (PIB).

Para Figueiredo, o trem-bala vai alavancar o desenvolvimento das inúmeras cidades que se localizam ao longo do seu trajeto, além de ser uma opção de transporte com baixo impacto ambiental. De acordo com o diretor da ANTT, o tema está sendo debatido há mais de dois anos, por meio de audiências públicas, com acompanhamento permanente dos órgãos ambientais.

Figueiredo afirmou, ainda, que o trem-bala oferece um serviço de alta qualidade aos usuários e que é a opção preferencial da população em todos os países em que foi instalado. Segundo ele, o trem-bala entre Tóquio e Osaka, no Japão, simplesmente "acabou com a ponte aérea" entre as duas metrópoles. E essa linha, que já existe há 40 anos, não contabiliza sequer um acidente, acrescentou.

- É um transporte de baixo custo, confortável, seguro, confiável, sustentável, mais barato que os outros, previsível e sem atrasos - resumiu o diretor da ANTT, que também assegurou a qualidade dos estudos do projeto de engenharia e de demanda de mercado. 

Saturação dos transportes 

Por sua vez, o representante do BNDES, Henrique Amarante da Costa Pinto, garantiu que o trem iniciará suas atividades em 2016, atendendo inicialmente por volta de 32 milhões de pessoas em uma região com meios de transportes aeroviário e rodoviário já hoje saturados.

- A capacidade operacional de Congonhas e Guarulhos, por exemplo, está praticamente esgotada. É uma necessidade para a região. Há sérias dificuldades técnicas e socioambientais para construir mais estradas nessa região do país - argumentou.

Amarante também lembrou que o projeto do empreendimento foi antecedido por estudos geotécnicos, ambientais, de demanda e de engenharia, feitos por empresas de renome. De acordo com ele, o trem-bala atenderá inicialmente 90 mil passageiros por dia, nos diversos trechos onde haverá estações, totalizando 32 milhões por ano. O número poderia chegar a 99 milhões de clientes por ano em 2044.

O trajeto entre Rio de Janeiro e São Paulo será feito em 93 minutos. Já a viagem entre São Paulo a Campinas levará 30 minutos. A passagem de classe econômica custará em média R$ 200 para o trajeto Rio-São Paulo.

- Os tempos de viagem serão muito competitivos. É uma ferramenta muito útil para o planejamento urbano e um forte gerador de caixa - afirmou Amarante, frisando que haverá transferência de tecnologia para a indústria nacional.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



12/04/2011

Agência Senado


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