CI debate viabilidade econômica do trem-bala no Brasil



A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) realizará na próxima terça-feira (12), às 14h, audiência pública para discutir a necessidade de implantação do trem-bala no Brasil. O requerimento para o debate foi feito pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que manifestou preocupação com o alto custo do empreendimento, estimado em R$ 34,6 bilhões.

Foram convidados para discutir o assunto o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo; o superintendente da área de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Henrique Amarante da Costa Pinto; o consultor legislativo do Senado Marcos José Mendes; e o consultor de transportes Joseph Barat.

Além de Ricardo Ferraço, os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) indicaram nomes de especialistas para debater a questão.

No requerimento, o senador informa que, se em vez do trem-bala ligando os aeroportos de Campinas (Viracopos), São Paulo (Guarulhos) e Rio de Janeiro (Galeão) fosse desenvolvido um trem de alta velocidade convencional, o custo poderia ser reduzido em dois terços. Esse trem convencional gastaria três horas para fazer o trecho Rio-SP, enquanto que o trem-bala levaria apenas 1 hora.

De acordo com Ricardo Ferraço, o custo elevado de um trem-bala entre Rio e São Paulo se deve à geografia montanhosa, que exige a construção de túneis e pontes em cerca de 50% do trajeto. Para que possa atingir alta velocidade, o trem precisa se deslocar o máximo possível em linha reta, razão da necessidade dos túneis e pontes.

O parlamentar quer discutir na CI se, num país de dimensões continentais como o Brasil, que possui uma malha ferroviária insuficiente, é razoável a realização de um investimento de grande porte num único projeto, como o trem-bala.

"O trem-bala não mudará esta realidade [de insuficiência do transporte ferroviário no Brasil], uma vez que prioriza o transporte de passageiros e vai consumir, sozinho, metade do que será investido no setor nos próximos anos", alerta o senador no requerimento.



08/04/2011

Agência Senado


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