Após tumulto, parlamentares visitam antiga instalação do Doi-Codi no Rio
Uma comitiva de parlamentares visitou nesta segunda-feira (23) as instalações onde funcionou, durante a ditadura militar, o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do Rio de Janeiro. A visita foi marcada por uma série de dificuldades: antes de acontecer, o grupo teve de contornar o veto inicial à presença da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e, durante a chegada da comitiva ao local, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) acusou o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) de agredi-lo com um soco.
Randolfe Rodrigues participou da visita como vice-presidente da Subcomissão Permanente da Memória, Verdade e Justiça do Senado, ao lado do presidente desse colegiado, o senador João Capiberibe (PSB-AP). Luiza Erundina, por sua vez, é presidente da Subcomissão da Memória, Verdade e Justiça da Câmara dos Deputados. Eles defendem a transformação do local – considerado um dos principais centros de tortura no Rio de Janeiro durante a ditadura – em um centro de memória, a exemplo do que aconteceu com o antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo.
Inicialmente, a visita desses parlamentares estava marcada para a última sexta-feira (20), mas foi adiada devido a um veto, atribuído ao Exército, à presença de Luiza Erundina. Ela é autora de um projeto de lei que permite a revisão da Lei da Anistia para permitir o julgamento e a punição de agentes do Estado por torturas, mortes e desaparecimentos (PL 573/2011). A presença da deputada foi garantida após reunião entre o ministro da Defesa, Celso Amorim, e os senadores João Capiberibe, Randolfe Rodrigues e Ana Rita (PT-ES). Ana Rita é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH).
Já o incidente ocorrido na manhã desta segunda-feira (23) envolveu Randolfe e o deputado Jair Bolsonaro, que em várias ocasiões manifestou seu apoio ao regime militar. Segundo a assessoria do senador, Bolsonaro tentou forçar sua entrada no prédio junto com o grupo que visitava o local. O deputado não fazia parte da comitiva. Após discutir com Randolfe, Bolsonaro teria lhe dado um soco – o deputado nega a agressão.
23/09/2013
Agência Senado
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