Aprender e Empreender amplia horário de atendimento no Jaçanã, na Capital
Em funcionamento há quatro meses, nova unidade São Judas capacita profissionalmente 600 jovens
“Sinto que a auto-estima dos estudantes melhorou muito, o que fez com que a cidadania deles aflorasse. Passaram a perceber que têm direitos e podem progredir profissionalmente. Só faltava um empurrão”, alegra-se Neide Cantadeiro, professora do curso de administração do Projeto Aprender e Empreender. A professora Neide dá aula em um dos cursos mais procurados da Unidade São Judas, localizada no bairro do Jaçanã, zona norte da capital.
Há quatro meses em funcionamento, a nova unidade oferece cursos de formação profissional para jovens, com idades entre 14 e 24 anos. São nove opções de escolha: confeitaria, garçom, cozinha, artes, ecomercado, informática, hotelaria, ecoturismo e administração. Durante um ano, além das aulas regulamentares, os alunos também têm a opção de freqüentar o reforço escolar de português, matemática e inglês.
“Os cursos de informática, hotelaria e ecoturismo têm grande procura. São 30 alunos por turma; quatro horas/aula, três vezes por semana”, informa a coordenadora da unidade, Marta Rodrigues.Ética e cidadania – Marta ressalta que a grade curricular desses cursos contempla questões ligadas à ética e à cidadania: “Nas aulas, os professores explicam sobre adolescência e drogas, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as diferenças sociais”, acrescenta.
Resultado da parceria entre a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seads) e o Centro de Assistência Social Por Um Novo Mundo, o Aprender e Empreender – que também funciona em outras três unidades (Jardim Elisa Maria, Pedra Branca e Parque Novo Mundo) – tem um diferencial: os inscritos no projeto recebem ajuda de custo (de R$ 60 mensais) do Projeto Ação Jovem.
“O bairro do Jaçanã cresceu e temos aqui muitas famílias carentes. Um projeto como esse é de grande importância, pois tira o jovem da ociosidade e lhe dá nova perspectiva de vida”, considera a assistente social Valéria de Moraes.
Da teoria à prática
Recentemente, parceria entre a Unidade São Judas e a subprefeitura do Jaçanã/Tremembé, possibilitou aos alunos de ecoturismo/hotelaria e de garçom experimentarem, na prática, o que aprenderam em sala de aula e nos laboratórios instalados especificamente para esses cursos.
“Os alunos de ecoturismo foram convidados a acompanhar um grupo da terceira idade pelos pontos turísticos do Jaçanã. Os do curso de garçom serviram 500 pessoas num coquetel em comemoração ao aniversário do bairro. Esses alunos também estiveram presentes no lançamento de livro no Lions Clube. Nesse local, serviram 200 convidados”, recorda-se Marcos Serafim, professor de ecoturismo e hotelaria.
Para Thiago Luiz de Arruda, 23 anos, do curso de garçom, a oportunidade de participar do aniversário do Jaçanã deu-lhe a certeza de estar na profissão certa: “No início fiquei meio receoso, mas depois ganhei confiança. É uma oportunidade profissional. Pretendo ingressar nessa área e continuar me especializando”.
Um pouco de tudo
Roseli Viana, professora do curso de garçom, diz ensinar aos seus alunos desde noções de higiene e postura profissional, organização e preparação de um restaurante para receber os clientes, serviço de bebidas, até montagem de cardápios.
“Durante dois meses, trabalho a parte psicológica dos alunos, ou seja, o relacionamento interpessoal, a questão da comunicação. Depois entro em um dos módulos do curso, propriamente dito, o de restaurante”, informa a professora, que logo dispara: “Se disser tudo que eles aprendem aqui, vou demorar uma hora”.
Em meio ao silêncio-operativo, um comentário: “As aulas práticas são muito boas. As de montagem de mesa são as de que mais gosto”, entusiasma-se Tailany da Costa, 16 anos. Mercado de trabalho – O curso de informática é o que tem maior número de inscritos. São 600 alunos – metade do Projeto São José, iniciativa do Centro Novo Mundo e os demais do Aprender e Empreender.
As aulas da manhã e da tarde são dadas com os alunos, divididos em duas salas, cada uma com 20 computadores.
“Dificilmente faltam. A maioria, tem noção rudimentar de informática, alguns mal sabem ligar o computador”, comenta o professor Marcelo José dos Santos.
Marcelo conta que cada estudante recebe o material a ser utilizado em sala de aula. Outro detalhe importante é que, do começo ao fim do curso, o aluno senta no mesmo lugar: “Assim, transferimos a ele a responsabilidade de cuidar do micro que utiliza. É a maneira que encontramos de ensiná-lo a zelar por uma ferramenta que, futuramente, utilizará no trabalho”, ressalta o professor.
Anderson Pereira, 15 anos, é um dos alunos de informática e agradece a indicação feita por um amigo: “Vou aproveitar a oportunidade. Sempre me interessei por essa área. Saber informática me ajudará a arrumar um bom emprego”, anima-se o jovem.
Marilia Mestriner
Da Agência Imprensa Oficial
(M.S.)
12/01/2007
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