Aprovada convocação de radialista que fez campanha para Perillo



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O radialista Luiz Carlos Bordoni será ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações criminosas de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em reunião administrativa nesta quinta-feira (14), os parlamentares aprovaram também a realização de novos depoimentos e a quebra de sigilos de pessoas físicas e jurídicas acusadas de envolvimento no esquema do contraventor goiano.

Bordoni afirmou, em entrevista à imprensa, ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções para prestar serviço à campanha de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás em 2010. Segundo a Polícia Federal, a Alberto & Pantoja é uma empresa de fachada de Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro da empreiteira Delta.

Além do radialista, a CPI vai ouvir o ex-segurança do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Hillner Ananias, cujo nome é citado em ligações entre Cachoeira e integrantes da quadrilha, captadas pela PF.

A mulher de Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, também prestará esclarecimentos aos parlamentares. Segundo o requerimento aprovado, “Andressa circulava entre figuras importantes, como políticos, empresários e jornalistas” e tem conhecimento sobre a rede de influência do marido.

Quebras de sigilo

Com 17 votos favoráveis e nenhum contrário, a CPI aprovou ainda quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico de pessoas físicas e jurídicas. Entre as quais, a Excitant Confecções, responsável pelos três cheques recebidos pelo governador Marconi Perillo (PSDB), referentes à venda da casa onde foi preso Carlinhos Cachoeira em fevereiro deste ano.

Os deputados e senadores também terão acesso aos dados da Faculdade Padrão, cujo dono é o empresário Walter Paulo Santiago, que, diferentemente de Perillo, alegou ter feito o pagamento da casa com dinheiro vivo, usando notas de R$ 50 e R$ 100 em “pacotinhos”.

Outras convocações e quebras de sigilos aprovadas nesta quinta-feira pela CPI mista:

* Alcino de Souza: proprietário da GM Pneus e Peças Ltda., que seria uma empresa de fachada do grupo.

* Rubmaier Ferreira de Carvalho: contador que teria realizados saques milionários, de acordo com a PF. Segundo denúncias da revista Época, estaria envolvido na criação de empresas de fachada utilizadas para movimentação de grandes somas de dinheiro.

* Ana Cardozo de Lorenzo: sócia de uma empresa de pesquisa de opinião contratada por Marconi Perillo para a campanha de 2010. Segundo a polícia, ela recebeu dois cheques no valor de R$ 56 mil da Alberto & Pantoja Construções, suposta empresa de fachada de Cachoeira.

* Lúcio Fiúza Gouthier: assessor direto do governador Marconi Perillo, teria presenciado o pagamento da casa comprada pelo empresário Walter Paulo Santiago do governador. No imóvel, num condomínio de luxo na capital goiana, Carlos Cachoeira foi preso pela PF.

* Alexandre Milhomem: arquiteto responsável por reformas na casa vendida pelo governador Perillo, onde foi efetuada a prisão de Cachoeira.

* Rental Frota Distribuição e Logística: empresa de propriedade de Jayme Rincón, a qual, de acordo com a PF, teria recebido R$ 600 mil de empréstimo de Carlinhos Cachoeira.

* Mestra Administração e Participações: empresa para qual trabalhava Walter Paulo Santiago, suposto comprador da casa do governador Marconi Perillo.

A íntegra dos requerimentos votados está na página do Senado na internet:



14/06/2012

Agência Senado


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