Arruda: ascensão vertiginosa interrompida por escândalos
Afastado do governo do Distrito Federal nesta quinta-feira (11), por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), José Roberto Arruda tem uma trajetória marcada por polêmicas. Nascido em Itajubá (MG), em 1954, Arruda tornou-se servidor público, tendo começado na política do Distrito Federal pelas mãos do ex-governador Joaquim Roriz, de quem foi secretário de Obras, depois atuar como diretor da Companhia Energética de Brasília. Em 1994, foi candidato ao Senado, com apoio de Roriz, elegendo-se pelo PP.
Em 1995, afastou-se de Roriz e entrou no PSDB, tornando-se líder do governo no Congresso Nacional. Em 2001, envolveu-se no escândalo da violação do painel eletrônico do Senado, ao obter, juntamente como o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), a lista dos votos dos parlamentares quando da cassação do então senador Luís Estêvão. Com a revelação de que o painel fora violado, Arruda negou várias vezes, em Plenário, de forma veemente, ter tido parte no episódio. Desmentido pelos fatos, renunciou ao mandato de senador, evitando assim a cassação e a perda de direitos políticos.
Expulso do PSDB, Arruda ingressou no então PFL, legenda pela qual concorreu ao cargo de deputado federal. Na propaganda eleitoral, Arruda dizia ter errado, mas pedia nova oportunidade ao eleitorado. Sua vitória, com votação expressiva - foi o mais votado do DF e, proporcionalmente, o mais votado do Brasil -, teve o tom de uma "absolvição popular" ao político.
Candidatou-se em 2006, pelo DEM, ao governo do Distrito Federal, em uma aliança que contou com o apoio de Joaquim Roriz, que concorria ao Senado. Arruda teve então seu maior triunfo, vencendo no primeiro turno a eleição e tornando-se o único governador da legenda. Apesar de estar em um partido de oposição, o governador demonstrou bom entrosamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Arruda anunciou uma série de obras tendo como pano de fundo o aniversário de 50 anos de construção de Brasília.
No fim do ano passado, ele foi flagrado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, em conversa gravada com autorização judicial, determinando a distribuição de dinheiro a políticos do DF. Mas o que teve maior repercussão foi a divulgação de imagens, gravadas em 2006 por seu ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que mostravam Arruda recebendo maços de dinheiro. Por último, Arruda foi acusado pelo Ministério Público de tentar subornar testemunhas e destruir provas. Com isso, teve o afastamento do cargo e a prisão preventiva ordenados pelo STJ.
11/02/2010
Agência Senado
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