ARRUDA: LEILÃO DO BANESPA REVELA CONFIANÇA NA ECONOMIA BRASILEIRA



A venda do Banespa por um preço 283% superior ao limite definido no edital de privatização superou, na opinião do líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), "a mais otimista expectativa". O leilão revelou, a seu ver, que a comunidade internacional deposita confiança na solidez e credibilidade da economia brasileira.

- Essa demonstração de confiança tem importância ainda maior no momento atual, em que a Argentina enfrenta problemas gravíssimos, que aumentam a consideração de risco da economia brasileira - acrescentou o senador, que prometeu, para pronunciamento a ser feito amanhã (dia 21), uma análise mais detalhada do significado do leilão na conjuntura econômica nacional.

O ágio do leilão foi tão expressivo, na opinião do senador, que, representando a injeção de cerca de R$ 7 bilhões na economia nacional, já teve impacto de valorização do real frente ao dólar, conforme as variações cambiais registradas hoje à tarde.

Num plano mais amplo, Arruda afirmou que a privatização do Banespa encerra a era em que os bancos estaduais, muitas vezes geridos pela ótica dos interesses do poder local, trabalhavam com resultados negativos e os impunham a todo o sistema financeiro nacional.

Arruda reconheceu que o ajuste no sistema financeiro nacional implicou sacrifícios a toda a sociedade e que o preço da estabilidade econômica foi alto. Em contrapartida, São Paulo registra inflação zero há dois meses consecutivos e o acumulado anual não alcançará um dígito, comemorou.

Para o líder do governo, a economia brasileira volta a crescer sem milagres, sem mágicas, truques, choques heterodoxos, apenas com seriedade e responsabilidade fiscal. "Seis anos após a implantação do Plano Real, o Brasil começa a colher o que plantou", afirmou.

Em resposta a críticas feitas pela senadora Heloísa Helena (PT-AL) de que a venda do banco representa a entrega do patrimônio público, Arruda afirmou que, em todo o mundo, as oposições também têm comemorado fatos que representam aumento da força do setor produtivo, "inclusive para não terem que mudar de discurso quando assumem o poder". O senador reiterou sua posição favorável à privatização, disse que o amadurecimento das oposições é importante para o aprendizado democrático do país e registrou "o júbilo por não termos cedido à tentação da demagogia de derrubar os pilares que sustentam a economia". São eles que fundamentam, a seu ver, a retomada do crescimento econômico sustentado.

20/11/2000

Agência Senado


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