Há um déficit crônico de confiança na economia brasileira, diz representante do Bradesco
Segundo o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, há um "déficit crônico de confiança" na economia do país, tanto por parte de investidores brasileiros quanto dos estrangeiros. Ele também afirma que o cenário macroeconômico de curto prazo melhoraria "imensamente" com a implementação de ações de longo prazo, pois os mercados financeiros "reagem imediatamente a medidas duradouras".
Octavio de Barros fez essas declarações há pouco, durante a audiência pública sobre conjuntura econômica que a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) realiza.
– O Brasil tem um problema recorrente de crise de confiança, independentemente do governo do momento. O passado nos condena – declarou ele.
De acordo com o economista, "devido a esse pecado original", o Brasil é percebido globalmente como um país que só avança superficialmente no que se refere às reformas econômicas. Há, observa ele, o reconhecimento de que há avanços incrementais, cumulativos, mas também há uma avaliação de que "falta apetite" por reformas de longo prazo.
– Por isso, os investidores têm, historicamente, baixíssima tolerância a desvios de conduta na área macroeconômica – ressaltou.
Entre as várias sugestões que fez para que se melhore a avaliação do país, estão a de estimular o setor privado a ser o protagonista dos investimentos a serem feitos na infraestrutura nos próximos anos e a de dar maior transparência à área fiscal do governo, "já que, para os mercados e para os analistas, os orçamentos no Brasil não são críveis".
– Há uma percepção de que o país talvez esteja gerando passivos ocultos de difícil mensuração mais adiante – alertou.
Também participam da audiência pública os economistas-chefes dos bancos Itaú, Ilan Goldfajn, e do Credit Suisse, Nilson Teixeira. O presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), conduz o debate.
A audiência está sendo realizada na sala 19 da Ala Senador Alexandre Costa e pode ser acompanhada pelo site da TV Senado (no canal CAE - Comissão de Assuntos Econômicos).
10/09/2013
Agência Senado
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