Arte popular de Moçambique e Minas Gerais no Memorial



A exposição será aberta dia 23 e as peças podem ser compradas e retiradas no final da exposição, em 25 de novembro

O Pavilhão da Criatividade do Memorial da América Latina, Capital, abre na terça-feira, 23, às 19h, com entrada franca, a exposição URUBU-REI / ENCONTRO DAS TERRAS. A mostra coloca lado a lado objetos artesanais produzidos por distantes comunidades de um país africano, Moçambique, e do interior de Minas Gerais. Esta aproximação inusitada se tornou possível graças à atuação de Renato Imbroísi, profissional que há décadas se dedica à valorização da arte popular como fonte de renda no Brasil e agora na África. As peças poderão ser compradas, mediante reserva até o fim do período de exposição (25 de novembro).

No espaço de exposições temporárias do Pavilhão, de um lado, objetos artesanais feitos de terra, folhas, sementes e fibras; tecelagem manual, crochê e bordado dos municípios mineiros de Araguari, Carmo do Rio Claro, Limeira do Oeste, Monte Carmelo e Muquém. Eles são resultados de 25 anos de trabalho pela sustentabilidade econômica dessas comunidades. Do outro, esculturas de ébano, mantas de palha e ourivesaria das cidades moçambicanas de Pemba, Cabo Delgado, Maputo e Xai-Xai, fruto de projeto desenvolvido por Imbroísi, desde o ano passado, apoiado por uma fundação daquele país.

Esta mostra da autêntica arte popular contemporânea tem o toque de Renato Imbroísi. Nos seus trabalhos de consultoria e aprendizagem Renato sugere a introdução de novas cores, formas, aplicações e materiais. O consultor busca encontrar o que cada artesão pode fazer de melhor com sua habilidade específica. Seu objetivo é aperfeiçoar a qualidade do produto final, tornando-o diferenciado e bem-acabado – portanto comercializável – a fim de gerar renda para estas comunidades, mantendo, sempre, o traço regional característico do artesanato e da cultura local.

A escolha do Urubu-Rei como animal símbolo da exposição é significativa. Segundo Imbroísi e Maureen Bisilliat, curadora do Pavilhão da Criatividade, é da mistura destes dois lugares do planeta tão distantes um do outro – mas com objetivos semelhantes – que vem “a vontade de voar, voar, voar... como o Urubu-Rei, que alcança a estabilidade bem alto e de lá tudo vê”.

RENATO IMBROISI é designer e consultor de design em artesanato na área têxtil. Trabalha com tecelagem manual desde 1977. Nestes 30 anos, abriu loja e ateliê, onde deu aulas e fez exposições; orientou crianças e adolescentes na Associação Comunitária Monte Azul, numa favela da Zona Sul de São Paulo; realizou palestras e exposições em várias cidades do Brasil e do exterior. E mantém produção de peças feitas à mão, utilizando técnicas têxteis artesanais, como tecelagem, tricô, crochê, cestaría, costura e bordado. Em 2004, Renato desenvolve o Projeto Maciene em Moçambique, onde começa a trabalhar a convite de uma instituição local (Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade), na província de Xai-Xai, elaborando linhas de novos produtos com identidade cultural, utilizando técnicas e recursos locais. O resultado encantou D. Graça Maciel, esposa de Nelson Mandela e levou o designer a iniciar outro projeto em 2006, desta vez no norte do país, a convite de uma fundação moçambicana.

Ao mesmo tempo, Maureen Bisilliat inaugura alojiinha do Pavilhão, assim escrita para assinalar um pequeno e singelo lugar de criatividade artesanal, onde será vendida arte popular variada: pequenas lembranças do Memorial, peças tradicionais, tecidos artesanais e objetos feitos sob medida refletindo de alguma maneira o espírito do Pavilhão da Criatividade. Não só o espírito como o perfil do público que visita o Pavilhão, especialmente os escolares das periferias paulistanas. alojiinha está localizada no outro extremo do Pavilhão, em frente à Sala de Vídeo/Espaço Multimídia.

Entre as atrações d´alojiinha, destacam-se objetos indígenas como adornos braçais e colares, bancos talhados e bichos de madeira, como capivaras, antas e jacarés; cenas do quotidiano das figureiras de Taubaté e seus pavões azuis, decorados com ouro; talhas e tecidos de artistas populares; a coleção Eliara´sColares e camisetas bordadas, pensadas especialmente para o Memorial.

SERVIÇO

Urubu-Rei Encontro das Terras              

Pavilhão da Criatividade Darcy Ribeiro / Sala de exposições temporárias

Abertura: 23 de outubro, às 19h                         

Período: 24 de outubro a 25 de novembro

Fundação Memorial da América Latina

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portão 12

Fones: geral 3823.4600 Pavilhão 3823.4682, 4684

A lojinha do Pavilhão

Em frente à Sala de Vídeo/Espaço Multimídia

Inauguração: 23 de outubro, às 19h

ENTRADA FRANCA

Do Memorial da América Latina

(I.P.)

 

 



10/15/2007


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