Arthur Virgílio diz que Brasil está diante da História ou da mediocridade
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ocupou a tribuna na tarde desta quarta-feira (8) para dizer que o Brasil, no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, está diante de um verdadeiro dilema: se segue o caminho da História ou o da mediocridade. Na opinião do senador, o caminho da História exige do presidente Lula o enfrentamento de importantes reformas, que possam abrir novas possibilidades ao desenvolvimento nacional. Entretanto, conforme alertou o senador, esse mesmo caminho não está isento de alguma impopularidade.
Entre algumas reformas possíveis, Arthur Virgílio acentuou que o presidente precisa vir a público e dizer claramente à nação se quer ou não a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, e também se pretende iniciar um processo seguro de rebaixamento da carga tributária. Ao mesmo tempo, apesar de concordar com a necessidade algumas políticas compensatórias, que teriam sido também executadas no governo de Fernando Henrique Cardoso, o senador entende que programas nessa área precisam trabalhar com horizontes para que em um período, por exemplo, de dez anos já não tenham clientela necessitada para o recebimento dos recursos públicos. Essa é a alternativa, segundo o senador, para que o país tenha realmente um povo emancipado.
Setor aéreo
Em seu discurso, Arthur Virgílio abordou ainda o episódio do acidente do avião da empresa Gol, no norte de Mato Grosso, que ceifou a vida de 154 pessoas. E foi duro nas críticas: ele acredita que o governo é um dos responsáveis diretos pela crise ao não levar em consideração alertas advindos de autoridades da própria Aeronáutica de que os investimentos com o aperfeiçoamento do sistema de controle de vôo teriam de ser "duplicados ou triplicados".
Ainda em relação ao tema, Virgílio disse que o governo, com suas ações, acabou por provocar uma crise militar. Ele criticou a iniciativa do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de negociar diretamente com os controladores, enfraquecendo a Aeronáutica que tem como base os princípios da disciplina e da hierarquia. O senador defendeu medidas urgentes para impedir que o Brasil sofra "novos apagões aéreos".
- Quem voa hoje o faz com riscos além dos normais. O Brasil espera que o governo se governe para governar adequadamente o tráfego aéreo em colapso - disse Virgílio.
Apartearam Arthur Virgílio os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Eduardo Suplicy (PT-SP), Marcos Guerra (PSDB-ES) e Tião Viana (PT-AC).08/11/2006
Agência Senado
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