Arthur Virgílio diz que PPP abre caminho "para negociatas" e acaba com Lei de Licitações



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), denunciou da tribuna que o projeto das Parcerias Público-Privadas (PPP), como está redigido, “abre caminho para que as negociatas ocorram” e, se não for alterado, não terá o voto dos senadores de seu partido.

- Do jeito que está, ele praticamente acaba com a Lei das Licitações. Ele acaba com a noção de contabilidade. É uma bomba de efeito retardado sobre os governantes que vierem após o príncipe beneficiado por esse simulacro de tentativa de desenvolvimento  e ainda permitirá que os estados burlem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Do jeito que está, o Estado não toma emprestado, mas terá de pagar. O projeto acaba com a objetividade e introduz critérios subjetivos – afirmou.
Arthur Virgílio criticou pesadamente o chamado Conselho Gestor das PPPs, a ser integrado pelos ministros do Planejamento, da Fazenda e da Casa Civil. - Ora, não há necessidade de unanimidade dos votos para decisões do Conselho. O Palocci pode levar uma bola nas costas dos ministros José Dirceu e Guido Mantega -  sustentou. O Conselho Gestor terá o poder de decidir o quanto  e em quantos anos um estado terá de pagar – afirmou.

Arthur Virgílio observou que, com o Projeto das PPPs, da forma como está redigido, os estados que não podem mais se endividar, por terem superado o limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, poderão fazê-lo.

-Essa é uma matéria nova no mundo e é complexa. É preciso examinar com rigor cada possibilidade prevista no projeto. A nosso ver, trata-se de um projeto que pode estar vislumbrando risco zero para alguns empreiteiros e risco mil para a sociedade. A tal flexibilidade que se dá ao Conselho Gestor das PPPs beira a imoralidade. Não se exige concorrência para elaboração dos projetos. E mais: o Conselho Gestor pode escolher a empresa que quiser e pelo preço que quiser. É um golpe mortal na Lei de Licitações e a alegria de certas empreiteiras – denunciou o líder do PSDB.

- A flexibilidade do Conselho Gestor permitirá a escolha de uma empresa “x” para construir uma estrada, em detrimento de uma “y”, mesmo que o preço da primeira seja três vezes mais alto. É o adeus à Lei de Licitações – acrescentou.



06/07/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arthur Virgílio diz que oposição não abre mão de cargos em CPI

Arthur Virgílio abre mão da verba indenizatória

Arthur Virgílio diz que PSDB não abre mão de indicar presidente da CPI Mista

Arthur Virgílio diz que não abre mão de comparecimento do ministro da Justiça ao Senado

Arthur Virgílio pede prazo para remoção da Biblioteca Arthur Reis, em Manaus

Nova Lei de Licitações acaba com carta-convite e tomada de preços